Evan Dando faz turnê dos Lemonheads pelo Brasil e banda anuncia novo disco

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O cantor e compositor Evan Dando e sua atual versão do grupo Lemonheads, composta pelo baixista Farley Glavin e o baterista John Kent, farão uma pequena turnê no Brasil em julho, com shows em Belo Horizonte, Florianópolis e São Paulo.

“Ainda não sei o que vamos tocar. Quando Farley e John chegarem ao Brasil, vamos ensaiar e decidir. Talvez a gente toque ‘Ray’ inteiro. Vamos ver”, diz, ao se referir ao LP “It’s a Shame About Ray”, quinto álbum de estúdio do Lemonheads e uma joia do power pop lançada em 1992.

A banda surgiu em 1986 em Boston, no estado de Massachusetts, na costa leste dos Estados Unidos, e fez parte de uma espetacular geração de grupos alternativos surgidos por aquela região entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990, que teve nomes como Pixies, Buffalo Tom, Galaxie 500, Bullet Lavolta, Morphine e Dinosaur Jr.

Era uma cena incestuosa, em que músicos trocavam de bandas a toda hora. Evan Dando fez parte dos Black Babies com Juliana Hatfield, que integrou uma versão dos Lemonheads. “Sou amigo de todos esses caras”, diz Dando. “Sou muito próximo de J. [Mascis, guitarrista, cantor e líder do Dinosaur Jr.], nos falamos sempre. Eu o apresentei à sua namorada.”

O artista deu esta entrevista dos Estados Unidos, onde resolvia questões pessoais. “Vim assinar meus papéis do divórcio. Não vejo minha ex há 15 anos e preciso assinar logo esses papéis para poder casar com Antônia.”

Antônia Teixeira é a cineasta com quem Dando namora há três anos. É também filha do grande cantor e compositor Renato Teixeira. “Que família espetacular a da Antônia”, diz Dando. “Todo mundo é muito talentoso. Você conhece o tio dela? Que sujeito espetacular”, ele afirma, ao se referir ao irmão de Renato Teixeira, o produtor musical e cineasta Roberto de Oliveira, que acabou de dirigir o aclamado documentário “Elis e Tom”.

O músico e Teixeira planejam se casar no fim do ano. Eles se conhecem desde a década de 1990, mas começaram a namorar há três anos e se mudaram dos Estados Unidos para o Brasil. “Eu amo o Brasil”, diz Dando. “As pessoas são muito calorosas, e a música é um tesouro mundial. Tenho descoberto coisas maravilhosas que não conhecia, como Raul Seixas. Adoro o senso de humor de Raul. Virei fã.”

Dando teve uma carreira das mais atribuladas. Após fazer sucesso comercial na primeira metade dos anos 1990, quando a versão dos Lemonheads para “Mrs. Robinson”, de Simon e Garfunkel, estourou nas rádios universitárias americanas e na MTV, ele enfrentou sérios problemas com drogas, como heroína e crack.

Bonito e carismático, aparecia em capas de revistas de música e virou uma celebridade indie, engatando supostos namoros com Kate Moss, Kylie Minogue e Courtney Love.

Suas histórias e encontros inusitados viraram lenda no mundo do rock alternativo –de suas aventuras com os lendários irmãos Robb, veteranos que produziram Etta James, Ringo Starr e Rod Stewart antes de trabalhar com os Lemonheads em “It’s a Shame About Ray” e no disco seguinte, “Come on Feel the Lemonheads”, até seus dias gravando e fumando crack com Rick James, autor de “Super Freak”, na canção “Rick James Style”.

“Foram intensos aqueles dias com o Rick”, afirma, antes de sacar da estante uma fita cassete. “Sabe o que é isso?”, mostrando a fita para a câmera do celular. “É uma gravação minha e do Gibby [Haynes, cantor da banda texana Butthole Surfers], feita logo depois de a gente tomar um monte de coisas. Sabe que é até interessante?”, acrescenta.

Em sua fase brasileira, Dando sossegou bastante. Está gravando em São Paulo um novo disco –o primeiro de inéditas do Lemonheads desde o álbum homônimo de 2006, por sua vez lançado após um hiato de nove anos.

“Estou trabalhando bem devagar e está tudo saindo maravilhosamente bem. Acho que encontrei o produtor perfeito”, diz o americano, sobre o brasileiro Apollo Nove, que já trabalhou com Rita Lee e Seu Jorge.

Apollo era sócio de Roy Cicala, um americano que foi um dos donos do estúdio Record Plant, em Nova York, onde gravaram John Lennon, Aerosmith e Jimi Hendrix. Cicala se mudou para o Brasil e abriu uma versão paulistana do Record Plant com Apollo, antes de morrer, há dez anos, aos 74.

“O disco está ficando lindo. Quem sabe não tocamos algumas músicas novas nesses shows no Brasil?”, diz o artista.

LEMONHEADS

Quando: 12 de julho em Belo Horizonte, 13 de julho em Florianópolis e 19 de julho em São Paulo

Onde: Distrital em Belo Horizonte, JohnBull em Florianópolis e Cine Joia em São Paulo

Preço: A partir de R$ 60 em Belo Horizonte, R$ 90 em Florianópolis e R$ 60 em São Paulo

Classificação: 18 anos

ANDRÉ BARCINSKI / Folhapress

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