‘Tinha um sonho e, do nada, tudo muda’: Debinha relembra 4º lugar em 2016

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Estádios lotados e partidas emocionantes: assim foi a trajetória da seleção feminina de futebol durante as Olimpíadas do Rio, em 2016. O desfecho não foi da maneira como torcida, atleta e comissão técnica sonharam: a medalha de bronze escorreu pelas mãos diante do Canadá, porém o elenco brasileiro chegou entre as melhores do mundo.

Em conversa com a reportagem, a atacante Debinha relembrou o duro golpe sofrido nos Jogos em que o Brasil era o anfitrião e projetou a participação da seleção feminina nas Olimpíadas de Paris.

“É uma loucura, porque parece que o sonho está nas suas mãos e, do nada, as coisas mudam. Acho que é isso que é a Olimpíada… Você se prepara por quatro anos para aquele momento e qualquer distração, qualquer erro ou desvio no caminho podem colocar tudo por água abaixo”, diz a jogadora.

Após uma vitória nos pênaltis sobre a Austrália, a seleção feminina chegou à semifinal contra a Suécia. A partida também foi para as penalidades máximas, mas as atletas brasileiras se depararam com a goleira Lindhal inspirada e perderam a vaga na final.

A disputa da medalha de bronze foi contra as canadenses. A seleção brasileira não conseguiu evitar a derrota por 2 a 1 e se despediu das Olimpíadas do Rio sob aplausos da torcida que lotou a Neo Química Arena.

“Cada seleção traz sua dificuldade. Infelizmente, a gente não pôde trazer uma medalha, que era o sonho de muitos, era o meu sonho também como jogadora e brasileira. Mas a gente vê a evolução de outras seleções. Assim como nós trabalhamos, as outras também estão trabalhando para essa grande competição. A gente tirou um grande aprendizado das últimas Olimpíadas e, com isso, esperamos melhorar em Paris”, analisou Debinha.

Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, a seleção brasileira também foi eliminada pelo Canadá — desta vez, nas quartas de final. Aguardando pela convocação, Debinha vê um elenco mais forte e preparado para disputar a terceira medalha olímpica para o Brasil no futebol feminino.

“Nós estamos mais bem preparadas para essa Olimpíada. Estamos no caminho certo e eu creio que a gente vai fazer uma ótima campanha. Para isso, temos que estar fechadas entre a gente, além de bem preparadas tecnicamente. É importante estar bem consigo mesma, cada atleta tem que estar se cuidando para chegar nas Olimpíadas e dar o seu melhor, representando da melhor maneira possível”, destacou a brasileira.

DE OLHO NA CONVOCAÇÃO

Se Debinha estiver na lista de convocadas do técnico Arthur Elias, consolidará sua terceira participação em Jogos Olímpicos. É a chance de finalmente alcançar o sonho da medalha que escapou oito anos atrás.

“A expectativa é grande. Meu foco é aqui no clube, então se eu tiver a oportunidade de estar na lista, que eu possa estar bem e representar bem o meu país. Estou muito empolgada e ansiosa por isso. Cada competição é um sentimento diferente pelo momento que você vive”, comentou Debinha, ansiosa.

“Se tudo der certo, eu pretendo levar minha família para Paris. Nas Olimpíadas do Brasil, eles estiveram presentes… Viajaram bastante pra assistir aos jogos e quero eles comigo novamente — ainda mais depois de Tóquio, que não pôde ter público. Ficaria muito feliz se eu pudesse dar essa oportunidade para eles. Até por isso, também estou bem focada aqui no clube, me preparando bem para estar na lista”, concluiu a jogadora.

BEATRIZ CESARINI / Folhapress

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