O homem suspeito de estuprar e assassinar Wesley Filho prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (03), em Franca. O homem, denunciado pela ex-companheira, nega todas as acusações.
O suspeito, que terá a identidade preservada, estava acompanhado pela advogada quando prestou esclarecimentos formais na delegacia. Além de negar as acusações, alega nunca ter tido contato com o adolescente de 13 anos, desaparecido desde agosto de 2020.
O acusado também negou qualquer tipo de abuso contra os filhos, de 9 e 10 anos. À disposição da Justiça, o homem foi liberado em seguida ao depoimento. O caso segue em investigação.
Antes de se apresentar na delegacia, o acusado foi entrevistado pelo programa ‘A Hora É Essa’, apresentado por Cinthia Flávia. O homem, além de negar as acusações, afirmou não entender o motivo das denúncias feitas pela ex. “Não sei mesmo, nunca fui, jamais serei, não é da minha índole não”, justifica.
Além das respostas, o homem afirma temer pela própria vida e que, por decorrência das denúncias, chegou a perder o emprego.
Acusado pela ex
A Polícia Civil de Franca-SP ouviu, durante a manhã desta segunda-feira (01), uma nova denunciante que acusa o ex-marido de estuprar e assassinar Wesley Filho, de 13 anos.
Wesley desapareceu em 28 de agosto de 2020. Foi visto pela última vez deixando sozinho a residência da família e seguindo sentido um varejão localizado no bairro Jardim Aeroporto I, no lado sul do município.
O crime, conforme denunciado, teria ocorrido pouco tempo após a constatação do desaparecimento do adolescente. A mulher, cuja identidade segue em sigilo, ainda destaca que os dois filhos do ex-casal, de 10 e 9 anos, também teriam sofrido abusos por parte do pai.
A denúncia afirma o encontro da peça de roupa utilizada por Wesley quando flagrado pela última vez. A blusa teria sido encontrada dentro da própria residência do homem denunciado.
“Ela (denunciante) viu a blusa usada pelo menor no dia do seu suposto desaparecimento. Ela viu essa vestimenta”, disse o advogado André Evangelista, durante entrevista ao programa Hora da Verdade. Assista na íntegra.
Ainda de acordo com o advogado da mulher denunciante, as crianças estão sob a guarda do Conselho Tutelar e Ministério Público. Ambas estão com medidas protetivas contra o homem denunciado por decorrência de supostas ameaças.
“Elas têm muito medo do pai, e só agora tiveram coragem de relatar em detalhes o que aconteceu”, explicou Evangelista. André afirma ainda que o filho caçula do agressor teria testemunhado o crime contra Wesley.
“Tomamos providências junto a Polícia Civil, Delegacia de Defesa da Mulher, DIG de Franca para apurar os crimes sexuais e o suposto homicídio do menor Wesley, praticados pelo mesmo agente criminoso”, finaliza a defesa.
Luta do sangue
60 dias após a denúncia do caso, em outubro de 2020, a família anunciou nas redes sociais uma recompensa de R$ 5 mil para quem apresentar uma pista concreta sobre a localização do filho. O dinheiro pago por uma informação seria doado por um parente.
“Uma pessoa da minha família falou que vai doar esse dinheiro, R$ 5 mil, para quem apresentar uma prova concreta, que leve ao lugar que está Wesley. O dinheiro será depositado na conta dessa pessoa. A gente não está prometendo uma coisa que não vai cumprir”, afirmou o pai, Wesley Alves, ao Grupo Thathi em entrevista realizada à época.
O familiar ainda afirmou que, desde o primeiro dia do desaparecimento do filho, diversas ligações pedindo dinheiro acontecem diariamente. “Eu tenho recebido ligações dizendo: ‘eu tô com seu filho aqui e eu quero cinco mil de recompensa, se não vou cortar o dedo dele, o nariz, a orelha. Isso eu recebo todos os dias, toda hora. Então eu colocando lá (no Facebook) ou não colocando, eu já tenho essas ameaças, que alguém ‘sequestrou’ ele”, disse.
Além da recompensa, uma rifa com o intuito de arrecadar dinheiro e contratar pessoas para ajudar nas buscas também foi realizada.
Cada número estava sendo vendido por R$ 100, e o ganhador levaria um Volkswagen Gol G5 . “O prêmio é um carro e tenho que entregar o carro na cidade pra pessoa que ganhar, qualquer lugar do Brasil”, explicou.
Em meio às dores e tentativa de reencontrar o jovem, a manicure Camila Pedroso, mãe do desaparecido, sofreu diversas críticas nas redes sociais. Os comentários já foram diversos, entre eles de que a família estaria querendo ganhar dinheiro com a situação.
No final de 2021, após pouco mais de um ano da desaparição do jovem, a Polícia Civil utilizou a tecnologia para divulgar um retrato atualizado de Wesley, que havia completado 15 anos. O desenho foi desenvolvido pelo Laboratório de Arte Forense do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
O caso segue em investigação. Até o momento, nenhum suspeito foi detido.
**Com informações de Sampi / GCN