RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Carlinhos venceu o luto, a desconfiança, uma defasagem física e uma lesão para triunfar no Flamengo. Titular pela segunda vez com Tite, ele fez o que Gabigol não tinha conseguido no ano: aproveitar a oportunidade e deixar um recado como substituto de Pedro. Com seu primeiro gol marcado pelo clube, o jogador deu seu cartão de visitas e deixou o ídolo cada vez mais longe dos planos.
O QUE ACONTECEU
O atacante marcou o segundo gol do Flamengo contra o Atlético-MG. Ele teve outras oportunidades e foi substituído por Pedro já no segundo tempo.
Carlinhos perdeu a mãe no mês passado. Dona Luzenilda sucumbiu após três anos lutando contra um tumor no crânio. O atacante interrompeu a carreira por alguns meses para cuidar da mãe após a descoberta da doença, em 2021.
Sou um cara que nunca desisti. Perdi minha mãe acho que há quinze dias. Estou vivendo o luto ainda, está sendo difícil. Mas tem que continuar. É difícil falar disso. Sei que ela está nos braços do Senhor e isso me conforta. Sou vencedor Carlinhos
A chegada do atacante ao Flamengo não foi fácil. Ele ficou um bom tempo sem ser relacionado e passou por um intensivo na parte física para chegar mais perto do restante do elenco.
Uma lesão também atrapalhou. Um problema muscular o fez perder treinos e o obrigou a ficar mais tempo com trabalho à parte com os preparadores. Depois da transição, retornou à lista de relacionados contra o Fluminense e recebeu minutos diante do Juventude. Ele tem somente quatro jogos com a camisa do Flamengo.
Cria do Corinthians, o atacante de 27 anos foi encarado como oportunidade em meio ao risco da perda de Gabigol por suspensão. A diretoria investiu 600 mil euros (R$ 3,2 milhões) para contratá-lo no fim de março, após se destacar pelo Nova Iguaçu.
Antes com a sombra de Gabigol, Carlinhos aproveitou a brecha. Com o camisa 99 afastado dos jogos por conta da situação contratual, ele pode ganhar minutos valiosos. Bem nos treinamentos, foi testado no time na véspera da partida após Pedro manifestar uma dor na perna. A titularidade só ficou definida horas antes do jogo na Arena MRV.
O clube acarinhou ele. A direção, a comissão técnica, o grupo de apoio, os atletas. Trouxeram ele para o trabalho, deram tempo para ele se recuperar. Ele vinha de uma lesão. A perda da mãe é grande. O clube trouxe ele para cima, melhorou o astral. Os últimos treinamentos dele foram muito bons, ele merecia a oportunidade e esse prêmio Cléber Xavier, auxiliar de Tite
LUIZA SÁ / Folhapress