SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar de São Paulo encontrou, na tarde deste sábado (6), uma nova parte do material radioativo furtado na zona leste da cidade de São Paulo na última segunda-feira (1º).
Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) afirma que a polícia localizou, por volta das 13h, cinco cilindros usados para armazenar o material radioativo furtado. Antes, outra parte das embalagens foram encontradas na sexta-feira (5).
Já no sábado, policiais militares da Companhia de Ações Especiais de Polícia Sudeste estavam em patrulhamento, quando receberam informações sobre a localização de parte do material.
A equipe, em conversa com o proprietário de um ferro velho, descobriu que o material foi vendido para o dono de uma loja de baterias, na Avenida Itaquera. Lá, o material foi encontrado e três envolvidos, de 21, 25 e 53 anos, foram presos por porte de material nuclear e receptação.
A ocorrência foi registrada no 53º DP (Parque do Carmo). Ainda falta encontrar outra parte do material furtado. De acordo com a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), o item ainda desaparecido trata-se de um dos cilindros do gerador de Ge-68/Ga-68.
Ainda segundo a SSP, o CNEN informou que o IRD (Instituto de Radioproteção e Dosimetria) está finalizando um relatório sobre as taxas de radiação do material em caso de manipulação e adiantou que o resultado não é preocupante.
A CNEN realizou uma operação para monitoramento de radiação no Jardim Iguatemi, na zona leste, onde foi encontrada uma embalagem com geradores de 99Mo/99Tc, e não detectou risco de contaminação.
PAÍS JÁ TEVE INCIDENTE QUE DEIXOU 4 MORTOS E CENTENAS DE CONTAMINADOS
O maior acidente radiológico do Brasil deixou quatro mortos, ao menos 16 pessoas com lesões corporais e mais de 200 contaminadas, em Goiânia (GO). Em setembro de 1987, dois catadores de papel encontraram uma cápsula de césio-137 m um terreno de propriedade do IGR (Instituto Goiano de Radiologia), sem saber que o material era radioativo.
A peça foi rompida a marretadas e vendida a um ferro velho. Só duas semanas depois se descobriu a natureza do material. Assim como o material que estava no veículo furtado nesta segunda, a cápsula fazia parte de um aparelho de radioterapia.
No ano passado, duas fontes radioativas de césio-137 desapareceram em Minas Gerais. Elas foram encontradas cerca de dez dias depois numa empresa de sucatas em São Paulo.
ISABELLA MENON / Folhapress