SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cidade de São Paulo tem uma proporção maior de eleitores que se dizem petistas do que de bolsonaristas, segundo pesquisa Datafolha. Por outro lado, 26% se declaram de direita, uma vantagem numérica em relação aos 20% que se situam à esquerda.
De acordo com o levantamento, 29% dos entrevistados se consideram mais próximos do partido do presidente Lula (PT) e 17% se apresentam mais alinhados a Jair Bolsonaro (PL). Somando os que se colocam em segmentos mais moderados de cada um dos polos, os percentuais chegam a 43% e 25%, respectivamente.
Há ainda 6% que dizem não ser nem petistas nem bolsonaristas, 25% que afirmam ser neutros e 1% que não sabe.
A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi realizada com 1.092 eleitores de São Paulo nos dias 2 a 4 de julho. O trabalho foi contratado pela Folha de S.Paulo e está registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-01178/2024.
Quando se olha o espectro ideológico dos eleitores de São Paulo, há 24% que se dizem de centro. Considerando os que se declaram em matizes mais próximas, a soma da direta com a centro-direita totaliza 36%, enquanto a da esquerda com a da centro-esquerda, 31%. Outros 9% não sabem responder.
O espectro ideológico foi auferido em uma escala de 1, a pontuação mais à esquerda, a 7, a mais à direita.
Já a escala de identificação entre os polos predominantes na cena política vai de 1, mais próximo do bolsonarismo, a 5, mais ligado ao petismo.
Em relação aos dois temas, o cenário na capital paulista é de estabilidade dentro da margem de erro.
No levantamento anterior, realizado em maio, 28% se declaravam de direita, e 21%, de esquerda. Somando os eleitores em espectros mais moderados desses segmentos, eram 40% a 31%. Havia ainda 22% de centro, e 8% que não sabiam.
A pesquisa mostrava ainda que 31% se diziam petistas, e 19%, bolsonaristas.
Em 2022, Lula venceu Bolsonaro na capital paulista por 53,54% a 46,46% no segundo turno.
Nas outras três cidades pesquisadas pelo Datafolha, a parcela de eleitores que se dizem de direita supera a dos que se veem à esquerda.
São 26% ante 19% no Rio de Janeiro, 28% ante 18% em Belo Horizonte e 35% ante 22% no Recife.
Somando-se os espectros mais ao centro, veem-se como de alguma forma à direita 36% no Rio, 42% em Belo Horizonte e 45% no Recife.
Já a parcela mais à esquerda vai a 19% dos cariocas, 18% entre os eleitores da capital mineira e 22% dos habitantes da capital pernambucana. Dizem-se no centro 20% no Recife, 23% em Belo Horizonte e 24% do Rio de Janeiro.
A parcela dos que se consideram bolsonaristas, por outro lado vai de 18% no Recife a 24% em Belo Horizonte, e fica em 22% no Rio de Janeiro.
Ela é bem menor que a de petistas na capital pernambucana (43%) e tem empate técnico com a de bolsonaristas nas duas cidades do Sudeste.
Somando-se os que se declaram próximos aos dois polos, são 52% os de alguma forma petistas no Recife, 37% em Belo Horizonte e 39% entre os cariocas. Do outro lado, 29% tanto na capital fluminense quanto na mineira afirmam ser de alguma forma bolsonaristas, seguidos por 23% no Recife.
Recife foi a única dessas três cidades que registrou vitória de Lula sobre Bolsonaro em 2022, por 56,3% a 43,7%.
As pesquisas Datafolha foram realizadas presencialmente. No Rio de Janeiro, foram ouvidas 840 pessoas; em Belo Horizonte, 616 pessoas, e no Recife, 616 pessoas, todas de terça (2) a quinta-feira (4) da semana passada; as margens de erro são de três pontos percentuais no Rio, e de quatro em Belo Horizonte e no Recife, para mais ou para menos.
Os levantamentos foram registrados na Justiça Eleitoral sob os protocolos RJ-06701/2024, MG-06755/2024 e PE-09910/2024
MATHEUS TUPINA / Folhapress