SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fundos patrimoniais em apoio ao ensino superior público são cada vez mais frequentes no país. A verba captada por eles é revertida em projetos nas áreas de ensino, ciência e inovação, cultura, diversidade, inclusão social e permanência estudantil.
Também há investimento nas áreas de saúde, sustentabilidade ambiental e infraestrutura.
Esse tipo de aplicação, muito comum no exterior especialmente nos Estados Unidos, foi regulamentado no Brasil em 2019. Exige que não mais de 10% do montante levantado seja disponibilizado para cada programa, mantendo a saúde do fundo.
Há algumas possibilidades de doação. Elas podem ser milionárias, como fez um professor à USP (Universidade de São Paulo), ou mais modestas.
Interessado? Saiba como ajudar esses fundos. Uma lista com todos eles está presente no site do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social).
NO CRÉDITO OU NO DÉBITO?
Muitos dos fundos aceitam doações de valores menores via cartão de crédito ou débito. É o caso do fundo dos Patronos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que aceita valores a partir de R$ 30. Caso o interessado não tenha cartão, é aceito pagamento em boleto bancário.
TÍTULOS ASSOCIATIVOS
Outro meio de contribuir é adquirindo um título, como num clube. Para se associar aos Amigos da Escola Paulista, do curso de medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), são necessários R$ 10 mil à vista e manutenção do mesmo valor a cada cinco anos.
DOAÇÃO GENEROSA
Caso o doador tenha interesse em desembolsar alguns milhões, o processo é mais cuidadoso. Os fundos preferem fazer tudo por telefone ou pessoalmente, para evitar arrependimentos. Além de garantir muitos anos de projetos, quem investe tamanha quantia também ganha o título de “patrono” do fundo.
DESERDANDO HERDEIROS
Heranças também são aceitas como investimento. Quem pretende se desfazer de algum imóvel deixado por seus familiares pode repassá-lo a algum fundo via testamento, que deve fazer a venda e absorver o dinheiro. Foi o caso do antropólogo Stelio Marras, doador de um prédio avaliado em R$ 25 milhões ao Fundo Patrimonial da USP, onde é professor.
DE CARROS A LIVROS
Muitos outros itens são aceitos como doação, caso tenham algum valor. É o caso de automóveis, obras de arte, joias e itens de valor cultural, como livros, manuscritos e instrumentos musicais. Como no caso do imóvel, o fundo irá vender o objeto e aplicar o montante adquirido.
SAIBA SEUS DIREITOS
Aqueles que desejam fazer aplicações também podem deixar exigências. Muitos dos fundos possuem subfundos voltados a iniciativas específicas. O Fundo Patrimonial da USP, por exemplo, abriga o USP Diversa, programa que concede auxílio permanência mensal a alunos. Ao doar, é possível pedir que a benfeitoria vá somente para uma iniciativa preferida.
BRUNO LUCCA / Folhapress