SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O técnico Ramón Díaz já escolheu o seu capitão no Corinthians: Fagner.
Ramón precisou de poucos dias no Corinthians para escolher Fagner como lider do elenco.
O treinador diz que o lateral-direito é um exemplo e destacou seu esforço para tratar lesão muscular.
Fagner estará no banco de reservas contra o Criciúma nesta terça-feira (16), na Neo Química Arena.
“Gosto da atitude que tem como capitão. Gosto da sua forma. Tem muita qualidade pelo pouco que vi, se adaptou ao que é o Corinthians. Jogador de muita categoria e está se recuperando. Estamos trabalhando para que rapidamente ele possa voltar. Há jovens também com atitudes incríveis para poder jogar. Estamos contentes com o plantel. Estamos organizando a casa. Necessitamos que esteja amanhã. Ganhou tudo no Corinthians e é um exemplo para os jovens. Gosto como tem trabalhado para voltar, isso é o que os jovens precisam aprender, copiar muito. É um exemplo. Isso queremos transmitir a todos que estão aqui. Não é fácil, é um processo de crescimento”, disse Fagner.
Veja a entrevista de apresentação de Ramón Diaz e Emiliano Díaz na íntegra
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Ramón Diaz – maiores urgências
“A nível mundial, se sabe o que é o Corinthians. Como clube, instituição, infraestrutura, condições. Sempre brigou por coisas importantes e isso nos seduziu. Falaram conosco quando jogamos o Mundial e não pudemos vir, apesar de gostar da oferta. Estamos muito felizes, é um grande clube que tem que sair dessa situação. É o que queremos, o que gostamos. Gostamos de desafios, clube grande. Vamos dar o máximo da nossa capacidade para sair dessa situação”.
Emiliano – divisão do trabalho
“A gente trabalha junto há 13 anos, nos complementamos bem. Somos pai e filho e melhores amigos. Brigamos muito por sempre querer ganhar. Nos complementamos bem, sempre ajudamos um ao outro e trabalhamos bem juntos”.
Sistema defensivo do Corinthians
Ramón
“O passado sobre o Vasco foi de muito trabalho para armar equipe, uma estrutura. Que saibam condições e o momento. Faremos a mesma coisa aqui. Situação é de ter concentração, bons treinos, pressão, organização. Precisamos de resultados rapidamente e estamos muito felizes com o elenco, que tem muita qualidade e jovens importantes. Que sejamos muito respeitados como mandante, sendo intensos, mantendo ordem tática. Vamos fazer o que sempre fizemos: dar confiança aos jogadores. Boa oportunidade para agradecer ao presidente, diretor. Nos dá muito prazer estar aqui e vamos dar o máximo”.
Reversão da situação no Vasco
Emiliano
“É muito diferente. Lá teria que arrumar um time do zero, aqui tem estrutura diferente, jogadores diferentes. Chegaram nove jogadores conosco lá, aqui é diferente. Posição similar, mas outra estrutura de time. Pudemos montar o time e fazer história no Vasco. Trabalho, concentração, união. Não há magia, todos no mesmo barco. Trabalhar e ficar junto, tanto torcida quanto diretoria, elenco. Esperamos fazer o mesmo”.
Ramón
“Encontrei diálogo com presidente e diretor, jogadores, torcida. É muito importante. O respaldo que nos dá o presidente para escolher, a confiança em toda a organização futebolística. Isso não acontece sempre. Agradeço a todos pelo diálogo permanente entre todos para sair dessa situação. É um grande clube e vamos trabalhar pesado para sair rapidamente disso”.
Cartilha dos torcedores organizados
Emiliano
“A gente está acostumado a trabalhar em clubes grandes. União da torcida com elenco precisa existir. Achei bom, foi muito legal. Tem pressão em time grande, é normal. Esse é um dos maiores clubes do mundo. Todos estão juntos e vai dar tudo certo”.
Ramón
“É muito importante a união, todos. A torcida é de muita pressão, atitude, e eu gosto. Apoio permanente. Vamos dar o melhor para a equipe jogar bem e ganhar”.
Urgência no meio da temporada / lista de reforços
Ramón
“Queria chegar no clube desde o início, mas o futebol é dinâmico e a base de resultados. Se o treinador tivesse tido bons resultados, não estaríamos aqui. O Corinthians entende sua situação, precisamos de trabalho, concentração, dinâmica e responsabilidade grandes. Todos trabalham 100% para melhorar. Jogadores entendem a grande responsabilidade. Não há tempo para perder. O clube precisa sair rápido”.
Emiliano
“Nunca ligou um time em primeiro. Sempre foram situações difíceis em 14 anos. Estamos acostumados. E sempre deu certo”.
“Falamos com o presidente, diretor, e procuramos reforços, obviamente, mas não vamos falar. Se falar, vale o dobro. Pelo bem do clube, não falaremos nomes”.
Necessidade de reforços / Balotelli
Ramón
“Desde que chegamos, nunca se falou de Balotelli. Vi de fora que se falou muito, mas não a nível institucional. É muito simples. Para nós, Balotelli não está nos planos”.
Desafio
“A nós nos despediram pelo Twitter. Salvamos o Vasco, todo o país sabe, de uma situação grave, no limite. Em quatro meses não tivemos comunicação do Vasco, nem presidente, 777. Meu telefone não tem uma ligação do Vasco, e olha tudo que fizemos. Nenhum agradecimento, nada. O futebol continua. Gostamos do Brasil, do jogo, da dinâmica. no Brasil caem quatro, é muita pressão. Gostamos do desafio. Vasco nos demitiu. E em quatro meses ninguém me ligou. E eu sou o treinador. Nos devem dinheiro do ano passado. Desde o ano passado me devem. O que fazemos? Olhamos para o futuro. Nossa carreira não acabou no Vasco, tivemos muitas ofertas e optamos pelo Corinthians. Queremos coisas importantes, estamos na Sul-Americana e Copa do Brasil. É um grande desafio a nós todos. Esperamos fazer um grande papel. Todos sabem como trabalhamos”.
Prioridades e uso da base
Emiliano
“A prioridade hoje é sair da situação do Brasileirão, o Corinthians não merece estar nesta situação. A magnitude do Corinthians te obriga a brigar por tudo. Hoje a prioridade é sair desta situação delicada. Estamos felizes com os meninos da base, tem uma boa base, mas hoje a situação é delicada”.
Ramón
“Tem que manter a tranquilidade, pensar bastante e saber o que temos que fazer para sair rápido desta situação. Como disse anteriormente, os jogadores estão entendendo que temos que jogar de outra maneira, fazer mais pressão, ser agressivo. Estão trabalhando para melhorar, há jovens que terão que crescer, mas que temos que jogar agressivos para sair desta situação”.
Plano B?
Emiliano
“Plano A ou plano B, não sabemos. Quando ligaram do Corinthians, na hora ouvimos. Sentir-se plano B ou A, estamos além desta coisa. Não faz diferença. A torcida pode esperar uma equipe bem agressiva e sobretudo, um time com muito ciente do que quer fazer. Manter a calma quando perder o controle, um time que vai ter organização e brigar até o minuto 90. Tem que ter coragem para brigar por todas ao representar uma camisa como a do Corinthians”.
Treinos na Neo Química Arena
Emiliano
“Nos acostumamos a fazer isso, você sabe como deve estar posicionado, mudam-se referências. Queremos repetir mais vezes. Viemos jogar com o Vasco, mas não tinha torcida”.
Plano tático
Ramón
“Nós temos um líder, o jogador tem que se adaptar a diferentes situações, posições. Nós temos um estilo, um trabalho que há tempos vem dando resultado. O jogador tem que entender que tudo é nível coletivo, não individual. É um time que tem poucos gols, estamos trabalhando pois temos um ataque importante. Estamos trabalhando para o ataque resolver, temos bons jogadores. Temos um estilo e conversamos, temos que adaptar todos a sair rápido desta situação. Se jogar um minuto, 10, 20 ou jogo todo, tem que render o máximo para sair desta situação. Isso transmitimos aos jogadores. Estamos de acordo no que faremos. Vamos fazer tudo para ganhar”.
Uso de Rodrigo Garro
Emiliano Díaz
“Rodrigo [Garro] queríamos na janela anterior no Vasco, mas não conseguimos. É um jogador de muita qualidade, vai se adaptar ao sistema que a gente pretende. Trabalhamos para o jogador. Falei com ele e espero que siga rendendo do jeito que está”.
No va a bajar?
Ramón
“São emoções diferentes. Era um momento diferente, muito grave. Aqui temos a possibilidade de reagir rápido. Queremos brigar mais acima, este grupo tem condições. Vai depender de nós e dos jogadores coletivamente, temos que sair rápido desta situação. A única forma de sair é com concentração e dedicação coletiva, porque há muitos jovens, temos que dar o máximo para poder sair. Vamos fazer porque há um bom time”.
Emiliano
“Neste momento não podemos falar nada. A gente via que era um momento delicado com decisões complicadas do juiz, bater na mesa e deu certo. Olhamos para a frente, como falei anteriormente, o Corinthians não é para estar nesta situação. Vamos trabalhar para dar o melhor ao Corinthians, que a gente fique muitos anos”.
Tempo para a reação?
Ramón
“Penso que o resultado é ganhar rapidamente. A única forma de conseguir permanecer no clube são os resultados. Futebol é dinâmico, tem que conseguir resultados rápidos, ter uma boa organização. Fico surpreso como institucionalmente organizado, é um dos melhores do mundo. Nunca estivemos em um clube com essa infraestrutura, o estádio e tudo o que tem. As pessoas têm que conhecer o nível de estrutura. Não existe em muita parte do mundo, então estamos orgulhosos. Sabemos que é resultado, não há outro jeito, precisamos conseguir. São muitas horas dedicadas ao clube, toda gente que trabalha. É um apoio incrível e como estão todos trabalhando. Dirigentes e nível institucional, isso me gosta, todos comprometidos para tirar o Corinthians desta situação”.
Emiliano
“Isso acontece em qualquer time do mundo. Único time que não muda é o que ganha. Acontece aqui, na Argentina, não é culpa do presidente, do clube, da torcida. Se não ganha tem que ir embora, é futebol. Não existe projeto longo para clube Sul-Americano. Assinamos por quatro anos, perdemos três jogos e fomos dispensados em outro clube. Coudet fez um ótimo trabalho no Inter, teve quatro resultados ruins e acabou dispensado. É futebol, acontece no mundo todo”.
Torcida
Emiliano
“Sempre tivemos prazer de estar em clubes com grandes torcidas, mas agora é totalmente diferente. O Corinthians se caracteriza por ter uma torcida que torce 90 minutos, não existe, aconteça o que aconteça. Erra um passe, reclamam. Aqui não. Essa química entre nós é muito importante, com outra esperança. Vamos fazer tudo para dar felicidade a eles. Quando se dá alegria a 35 milhões de torcedores, isso é fundamental para a gente, nossa família. Não é fácil fazer 35 milhões felizes, são poucas vezes na vida que fará tanta gente feliz, vamos trabalhar para isso”.
Ramón Díaz
“A torcida vai mostrar ao futebol brasileiro amanhã. Amanhã vão mostrar o que é a torcida, e nós vamos mostrar a mudança com atitude, dedicação. Isso que vamos mostrar ao futebol brasileiro e tomara que já amanhã”.
Ramón Díaz sobre ataque
“Tem que ter muita mobilidade e dar confiança, tranquilidade. Temos que dar confiança, hoje é um exemplo: Wesley tem 18 anos, é muito jovem e tem que aprender a ter mais mobilidade, sobre o tempo. Estamos trabalhando com ele. Temos que colocar a equipe em condições, estamos trabalhando muito. Necessita um pouco de tempo, claro, mas amanhã temos que ter uma equipe diferente e estou seguro que vai mudar a mentalidade, tem que ter pressão, ser agressivo”.
Emiliano sobre encontro com a torcida
“Estou ansioso para ver isso. Vai marcar na minha vida e da minha família. Não acontece em muita parte do mundo, só na arena este apoio”.
Recepção do grupo
Emiliano
“A recepção foi muito boa. É um grupo que gosta de trabalhar, que quer aprender, pudemos trabalhar as fases defensiva, ofensiva, transições, na carga física também. Foi uma ótima semana, tomara que o resultado seja a nosso favor. Este é o impacto da vitória, dar confiança. É uma camisa que tem que ter coragem, o grupo sabe a importância da camisa. É um grupo muito trabalhador. Não estamos com a cabeça no rebaixamento, queremos brigar com coisas, temos que mudar rápido, Corinthians precisa lutar com outra coisa. Tivemos uma boa recepção”.
Contrato até 2025
Ramón Díaz
“Gosto que o clube tenha confiança na gente. Mas vivemos a realidade. Sabemos que temos que sair rápido desta situação, gostaria de ficar muitos anos no Corinthians, pois é um grande clube. Sabemos que dependemos do resultado, e vamos dar o máximo para sair desta situação e que o Corinthians fique em outras posições”.
Hugo Souza ou Matheus Donelli
Emiliano
“Ainda não falamos com o grupo. Primeiro o grupo tem que saber quem vai jogar, antes de falar para a imprensa. Estamos muito contentes com os dois goleiros que temos: um goleiro de base de seleção brasileira, o outro com experiência de jogar em time grande. Desculpe, mas o grupo tem que saber primeiro”.
Psicológico e mudanças para terça
Ramón Díaz
“Falamos muito com os jogadores sobre tático, psicológico, saber o que tem que fazer no campo. O primeiro que fazemos é transmitir tranquilidade. Temos que ter tranquilidade, mas consciente da situação que temos. Se tiver uma situação, tem que fazer o gol. Se Romero tiver uma chance, tem que fazer o gol. É dar confiança. Veja a Argentina: com tranquilidade e confiança é campeã do mundo e bicampeã da América. É transmitir tranquilidade e confiança”.
Emiliano
“A gente tem um grupo que todos estão preparados. Não posso responder essa pergunta, pois o grupo precisa saber primeiro. Vamos manter uma base, como sempre fizemos, pois mudar, mudar, é difícil. É manter uma base, tem que ter competição entre eles, os melhores vão jogar. Pretendemos ter competitividade”.
Retorno do Fagner
Ramón
“Gosto da atitude que tem como capitão. Gosto da sua forma. Tem muita qualidade pelo pouco que vi, se adaptou ao que é o Corinthians. Jogador de muita categoria e está se recuperando. Estamos trabalhando para que rapidamente ele possa voltar. Há jovens também com atitudes incríveis para poder jogar. Estamos contentes com o plantel. Estamos organizando a casa. Necessitamos que esteja amanhã. Ganhou tudo no Corinthians e é um exemplo para os jovens. Gosto como tem trabalhado para voltar, isso é o que os jovens precisam aprender, copiar muito. É um exemplo. Isso queremos transmitir a todos que estão aqui. Não é fácil, é um processo de crescimento”.
Yuri Alberto e Pedro Raul
Emiliano
“Trabalhamos com todo tipo de atacante. Geralmente pode jogar com uma característica ou outro para o time ajudar. Esperamos fazer o melhor, fazer gols. estamos capacitados para trabalhar com os dois da mesma forma. Fazíamos tudo para Vegetti no Vasco, vamos fazer tudo para Yuri Alberto e para Pedro Raul”.
Experiência
Ramón
“Quando está nesta situação, sabemos é se adaptar. É saber que a equipe tem que ir crescendo, e a única maneira de crescer é trabalhar o individual, o pessoal, o tático. Temos que trabalhar o psicológico às vezes individual, pois podem ter problemas familiares. É trabalhar. Esse ambiente sabemos criar e esperamos fazer isso aqui”.
Gustavo Mosquito e Arthur Sousa
Emiliano
“Ainda não falamos. Quatro dias que tínhamos muita coisa para fazer, ainda não tivemos tempo e não tomamos a decisão que seja boa para a equipe”.
Ramón
“Há muita comunicação para qualquer coisa que tenha que resolver. Não vamos fazer nada que não seja o melhor para o Corinthians. Gosto de ter um bom diálogo, isso é fundamental para continuarmos com o projeto e termos uma melhora rápida”.
LUCAS MUSETTI PERAZOLLI / Folhapress