Caos na Copa América gera pressão da Fifa em Miami sobre Mundial de Clubes

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A Fifa viu em primeira mão a confusão que aconteceu na final da Copa América. E Miami está na berlinda em relação à inclusão do estádio Hard Rock Stadium no Mundial de Clubes de 2025. Essa é a informação que vem do escritório da Fifa nos Estados Unidos, segundo o UOL apurou.

O secretário-geral da entidade, Mattias Grafstrom foi um dos dirigentes que estavam na partida entre Argentina e Colômbia, que teve um caos na entrada por causa da falta de barreiras para quem não tinha ingresso.

O caos na área externa atrasou o jogo, gerou invasão, gente machucada e uma imagem que a Fifa não quer repetir quando for a vez dela de organizar competições nos Estados Unidos.

Grafstrom ficou no estádio até umas 3h (no horário local), segundo relatos de pessoas do alto escalão da Conmebol.

No dia seguinte à decisão, a Fifa fez contato com os interlocutores da cidade sobre a organização dos jogos. A aí veio a ameaça, segundo informação que transita no alto escalão da Conmebol: se o cenário e a operação apresentados na final da Copa América não forem alterados, Miami pode fica fora do Mundial de Clubes.

Em nota, o Hard Rock Stadium se defendeu após as críticas públicas da Conmebol e disse que “implementou e, excedeu em muitos casos, as recomendações de seguranças da Conmebol ao longo do torneio e da final”.

A administração do estádio ainda acrescentou que “como fazemos após grandes eventos, vamos avaliar os protocolos e processos aplicados em todos os aspectos da operação do estádio”.

EXPECTATIVA POR ANÚNCIO

A pressão da Fifa se dá em um momento em que a entidade ainda não anunciou as sedes do torneio do ano que vem. Miami, inicialmente, era vista como uma das sedes naturais.

O Mundial é a grande aposta da Fifa para se catapultar como organizadora do torneio de clubes, rivalizando com a Uefa e gerando receitas relevantes com ele.

Miami e o Hard Rock Stadium já estão no roteiro da Copa do Mundo 2026.

Diferentemente do que aconteceu na final da Copa América, o padrão Fifa —e até mesmo da Conmebol— para jogos de grande porte é fazer o anel de segurança ao redor do estádio.

Na final da Copa América, o esquema de segurança estava a cargo das autoridades locais e da administração do estádio —nos EUA, as arenas foram cedidas à Conmebol só para o jogo, sem antecedência de semanas ou ingerência na operação de setores como segurança e catracas.

O Hard Rock Stadium alegou que “trabalhou de forma colaborativa com Conmebol, Concacaf e as agências locais de aplicação da lei na segurança, tanto antes quanto durante a Copa América”. A gestão do estádio disse ainda que “as agências se encontraram regularmente, incluindo os briefings diários de segurança ao longo do mês da competição”.

A posição da Fifa foi vista na Conmebol como um reforço de que a entidade sul-americana não tinha responsabilidade direta pelo caos antes do jogo.

Contratualmente, o estádio deveria dialogar com a Concacaf a respeito da operação do entorno e acesso à arena.

Entre os clubes brasileiros, já estão confirmados no Mundial de Clubes Flamengo, Palmeiras e Fluminense, campeões das últimas edições da Libertadores.

IGOR SIQUEIRA / Folhapress

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