SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O empresário Carlos Alberto Felice, 77, encontrado morto na noite de terça-feira (16) na casa em que vivia no bairro Jardim Europa, zona oeste de São Paulo, foi morto a pauladas, segundo investigação inicial da Polícia Civil de São Paulo.
Policiais encontraram um pedaço de madeira com manchas de sangue ao lado do corpo. Caso é investigado como latrocínio, roubo seguido de morte.
A polícia acredita que o idoso morreu no dia 12 de julho, último dia em que foi visto com vida. As informações foram reveladas pelo delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.
O veículo do empresário não foi encontrado na casa dele, que foi toda revirada. O delegado afirmou que ainda não há confirmação oficial de que havia R$ 3,5 milhões na casa e que a quantia teria sido levada. “A casa foi todinha revirada, só que os policiais não conseguem ainda determinar o que ele tinha dentro da casa, por isso o sobrinho, quem mais tinha contato com a vítima, para ele tentar explicar para a gente o que possivelmente foi levado”.
O sobrinho do idoso, que não teve o nome revelado, vai prestar depoimento na noite desta quarta-feira (17). Um amigo da vítima, de 85 anos, também vai prestar depoimento. Previsão é de que ele seja ouvido nesta quinta-feira (17). “A vítima só tinha uma irmã, e quem era mais próximo dele é o sobrinho. Com a oitiva do sobrinho mais coisas serão esclarecidas para abrir a nossa linha de investigação”.
Testemunhas contaram à polícia que idoso levava vida modesta e que não tinha funcionários. “Ele era uma pessoa que vivia com bastante simplicidade, não tinha nem empregados para ajudar nos seus afazeres diários. As investigações estão começando, mas pelo jeito que aconteceu a polícia vai chegar logo nos autores”, garantiu Fábio Pinheiro.
Idoso pode ter sido torturado. Ele foi encontrado com mãos e pés amarrados por um fio elétrico. Pela experiência em casos semelhantes, o delegado acredita que a vítima pode ter sido torturada para falar onde estariam possíveis bens materiais. “Mas tudo que a gente falar agora ainda é muito prematuro”, disse.
A polícia aguarda imagens das câmeras de segurança das residências vizinhas.
ENTENDA O CASO
O empresário foi encontrado morto com ferimento na cabeça às 20h21 de ontem em sua casa na rua Prudente Correia. R$ 3,5 milhões foram levados da casa, segundo declaração de um sobrinho à polícia.
O corpo estava amarrado na garagem e foi achado pelo sobrinho da vítima. O sobrinho de Felice contou à polícia que chegou à casa por volta das 20h15 e não notou sinais de arrombamento ou de crime patrimonial. Ele acrescentou que chamou pelo tio várias vezes e, como o empresário não atendeu, telefonou para a Polícia Militar.
No local foi encontrado um pedaço de madeira com manchas de sangue na extremidade. O material foi apreendido para perícia. Segundo declarações do sobrinho, um amigo da vítima disse à mãe dele, irmã de Felice, que o tio não havia ido à igreja na semana passada e que ao tentar falar com ele, por telefone, não teve retorno.
Enquanto esteve na casa do tio ontem à noite -acrescentou o sobrinho- um homem se aproximou, sem se identificar, e disse que era amigo de Felice. O desconhecido teria informado ainda que a vítima teria vendido a casa e estaria com um “bom dinheiro lá dentro”.
Felice -acrescentou o sobrinho- era viúvo havia três anos e não tinha filhos. A polícia apurou que ele estava endividado e possuía um automóvel Hyundai. O veículo não estava na garagem da casa. Um vigia da rua revelou aos policiais que Felice saiu com o carro quinta-feira (11) e retornou com ele.
EDUARDA ESTEVES, JOSMAR JOZINO E LUANA TAKAHASHI / Folhapress