Campeonato Brasileiro tem pênalti maluco e Corinthians em fuga do Z4

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A rodada do Brasileiro serviu para que o Botafogo se aproximasse ainda mais do “título” simbólico de campeão do turno, mas reservou situações muito inusitadas ao longo e depois das partidas.

Com os resultados, o trio Botafogo, Palmeiras e Flamengo segue formando o topo da tabela, nessa ordem. A novidade é que o Fortaleza passou a ser o quarto colocado.

Teve um pênalti bizarro —pela situação—, mas correto pela regra, que definiu a vitória do Flamengo.

Teve técnico deixando coletiva revoltado com jornalista: Artur Jorge, do Botafogo.

O Corinthians saiu do Z4 e, mesmo sem dizer, Ramón Díaz já mostra que “no va a bajar”.

Houve ainda acusação de guerra fria entre Palmeiras e Botafogo, e o Cruzeiro entende estar no meio do fogo cruzado.

Os goleiros Rafael, do São Paulo, e Cleiton, do Red Bull Bragantino, fizeram lambanças. Mas só o primeiro foi salvo pelo VAR.

PÊNALTI MALUCO

O pênalti para o Flamengo foi disparado o lance mais doido da rodada. A dúvida, talvez, tenha aparecido pela raridade do lance. Mas a regra do jogo embasa a decisão do árbitro Maguielson Lima Barbosa de apontar a marca da cal quando Barreto, do Criciúma, chutou propositalmente uma segunda bola que estava na área quando Cebolinha avançava com a que estava em jogo.

O próprio jogador admitiu, depois, o desconhecimento da regra. A tentativa de ser malandro e atrapalhar o ataque do Flamengo custou caro. Gabigol fez o gol da vitória rubro-negra.

E o torcedor que jogou a bola em campo? Tá tendo até uma briga pela autoria. Ao fim das contas, a galera puxou as imagens e descobriu que foi um sósia do Léo Pereira.

O LÍDER TÁ BOLADO

O Botafogo venceu o Internacional, manteve a distância na liderança do Brasileirão, mas o técnico Artur Jorge ficou bolado na coletiva. Tudo porque um repórter deixou a entrevista coletiva dele no meio de uma resposta.

A zona mista no estádio Nilton Santos fica do lado da sala de coletiva. É comum que repórteres às vezes saiam no meio para se posicionar para entrevista um jogador. Só que o técnico ficou revoltado, parou de falar e disse que faria o mesmo em situação seguinte. Considerou falta de respeito.

NO VA A BAJAR!

O Corinthians acionou o modo “no va a bajar”. A frase ficou famosa ao ser dita por Ramón Díaz com o Vasco na luta contra o rebaixamento no ano passado. Agora, em dois jogos, o técnico conseguiu duas vitórias com o time paulista —a desta rodada, sobre o Bahia, em Salvador, com gol de Romero. E mesmo não tendo repetido a afirmação de 2023, o time parece que incorporou esse espírito. Por isso, saiu da zona de rebaixamento.

Se Ramón teve duas vitórias em dois jogos, o antecessor António Oliveira passou 13 rodadas com uma vitória só. E o Corinthians não ganhava duas seguidas no Brasileiro desde a época de Vitor Pereira, em novembro de 2022. Por que? Um time mais agressivo, mais organizado e com um goleiro em boa fase: Hugo Neneca fez mais uma partida interessante.

VAR INTRUSO OU NÃO?

A linha de intervenção do VAR ficou em xeque na anulação do gol do Cruzeiro contra o Palmeiras. A falta em Zé Rafael não foi marcada inicialmente —e o árbitro de campo estava de frente para o lance. Mas a situação interpretativa deixa a dúvida sobre a necessidade de intervenção ou não do árbitro de vídeo na jogada.

“Tem um calço embaixo e um empurrão nas costas”, disse o VAR, segundo a gravação divulgada pela CBF. Faz parte do protocolo do VAR checar toda a jogada do gol para ver se a origem dela foi legal.

TEM GUERRA FRIA?

Alexandre Mattos, diretor de futebol do Cruzeiro, saiu revoltado com a anulação do gol do Cruzeiro diante do Palmeiras, na derrota por 2 a 0. Seria, àquela altura, o empate do time mineiro.

O dirigente apontou que, neste caso, o Cruzeiro acabou sendo prejudicado no meio do que classificou como “guerra fria” entre Palmeiras e Botafogo —na pessoa de Leila Pereira e John Textor. Tudo por conta das dúvidas sobre arbitragem e acusação de manipulação pró-Palmeiras trazidas por Textor.

Essa guerra fria, vamos chamar assim, do Rio para cá, daqui para o Rio, que foi isso, que foi aquilo. Investidor de fora falando que tudo aqui tá errado, que tem suspeita disso, daquilo, tá criando isso. O Cruzeiro foi prejudicado. Alexandre Mattos, diretor de futebol do Cruzeiro

COUTINHO E THIAGO SILVA DE VOLTA

Com Copa do Mundo e anos de futebol europeu no currículo, Thiago Silva e Coutinho fizeram seus primeiros jogos na volta a Fluminense e Vasco, respectivamente. Enquanto o meia cruz-maltino foi a campo já no segundo tempo e não evitou a derrota por 2 a 0 para o Atlético-MG, o zagueiro tricolor já fez a diferença.

Thiago Silva foi o capitão de um Flu que voltou a vencer no Brasileiro, saiu da lanterna e, pela primeira vez no campeonato, terminou sem sofrer gols. O gol do garoto Kauã Elias foi decisivo para a vitória no confronto direto com o Cuiabá, na Arena Pantanal. Início da reação?

O jogo também foi marcado por mais uma atuação artística de Deyverson, em um entreveiro com Ganso na área. Ele rolou e gritou. Não enganou o árbitro Anderson Daronco. “Ele é doido”, disse Ganso ao árbitro.

TRAPALHÕES: PRAXEDES E CLEITON

Tudo bem que Barreto, do Criciúma, foi o “campeão” da trapalhada na rodada ao fazer o pênalti no jogo contra o Flamengo. Mas Praxedes, do Vasco, e Cleiton, goleiro do Red Bul Bragantino, não passaram em branco em falhas clamorosas na rodada.

O volante vascaíno entregou um presentaço para um dos gols de Hulk, do Atlético-MG. Enquanto o goleiro do Red Bull Bragantino saiu de forma atabalhoada da área e foi expulso diante do Athletico-PR —mesmo com quatro defensores ainda na disputa da jogada. O VAR chamou para que o árbitro aplicasse o vermelho. Menos mal para Cleiton que o time segurou a vitória sobre o Furacão no Nabi Abi Chedid.

RAFAEL E SÃO PAULO SALVOS PELO VAR

A trapalhada que não valeu foi do goleiro Rafael, do São Paulo. Um chute despretensioso de fora da área bateu no morrinho/buraco artilheiro do Mané Garrincha e deixou o goleiro vendidaço. Sorte dele e do time de Zubeldía que o VAR marcou um toque de mão na origem do lance. E aí, o efeito do gramado ruim do estádio de Brasília e do mal posicionamento do goleiro foi invalidado.

No próximo jogo, Zubeldía está suspenso porque tomou mais um amarelo no Brasileiro.

IGOR SIQUEIRA / Folhapress

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