SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) anunciou na noite desta segunda-feira (22) que o canoísta Isaquias Queiroz e a jogadora de rugby Raquel Kochhann serão os porta-bandeiras do país na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, a partir das 15h (de Brasília) de sexta-feira (26), em percurso de 6 km pelo rio Sena.
O baiano Isaquias, de 30 anos, é o único brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos. Ele, que quase morreu ainda criança e tem apenas um dos rins, já conquistou quatro medalhas olímpicas, ajudando a popularizar a canoagem velocidade: duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e um bronze (C1 200m) na Rio-2016 e um ouro em Tóquio-2020 no C1 1000m. Em Paris, ele defenderá o título na prova e ainda competirá no C2 500m.
“Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil. Botar nossas garrinhas para fora. Com certeza, depois de Paris, o pessoal vai ter mais conhecimento sobre essa grande modalidade. É uma experiência incrível poder representar o seu país. Eu tive a oportunidade no Rio de fazer o fechamento. Mas agora, ser o porta-bandeira na abertura, vai ser uma coisa muita especial”, disse Isaquias.
Já Raquel é uma das líderes da seleção feminina de rúgbi, conhecida como Yaras, e recém-recuperada de um câncer. Natural de Saudades, no Interior de Santa Catarina, ela sonhava em marcar gols no futebol, mas acabou no rugby sevens, liderando as Yaras desde as Olimpíadas do Rio. Um pouco antes da segunda participação, em Tóquio, ela descobriu um caroço que se revelaria um câncer de mama.
A jogadora Raquel Kochhann, do rugby sevens, foi uma das escolhidas pelo COB para ser porta-bandeira do Mesmo fazendo mastectomia, quimio e radioterapia, ela se manteve em atividade, e voltou ao alto rendimento. Em dezembro do ano passado, foi novamente convocada para a seleção, e agora celebra a volta ao palco olímpico levando a bandeira do Time Brasil, majoritariamente feminino, com 153 mulheres entre os 276 classificados.
“Ser atleta olímpico é difícil. Essa sensação de estar na frente, levando a bandeira para o mundo inteiro ver numa Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras. A minha ficha ainda não caiu, acho que só quando eu estiver lá para saber o que vou sentir”, disse Raquel.
“No Brasil, a gente trabalha muito para que o rugby cresça e ganhe seu espaço. A gente sabe que a realidade do nosso esporte não é ter uma medalha de ouro numa Olimpíada por enquanto, apesar de termos esse sonho. Mas sempre vi que quem carrega essa bandeira tem uma história incrível, com medalhas de ouro, e representa uma grande conquista. Muito obrigada de verdade por essa honra. Vou dormir com essa bandeira do meu lado” disse Raquel, bronze nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015.
O presidente do COB, Paulo Wanderley, explica como a entidade definiu os dois atletas: “Tanto Isaquias quanto Raquel representam os valores olímpicos e são expoentes de excelência e respeito. São inspiração para os atletas brasileiros, e estamos todos muito satisfeitos em vê-los carregar a bandeira nacional ao longo do Rio Sena.”
Redação / Folhapress