‘Trazemos ampla experiência em infraestrutura’, diz CEO da Equatorial após críticas à entrada na Sabesp

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente-executivo da Equatorial Energia, Augusto Miranda, afirmou nesta terça-feira (23) que a empresa traz ampla experiência na operação de ativos de infraestrutura e estará comprometida com as metas de saneamento em São Paulo ao se tornar acionista de referência da Sabesp.

A fala ocorre após críticas sobre a ainda discreta atuação da Equatorial no setor, no qual a empresa atua em apenas um estado (Amapá) com cerca de 82 mil clientes. Com a compra da Sabesp, a companhia terá seu primeiro grande ativo de saneamento e vai estrear nos serviços na região Sudeste.

“De nossa parte, trazemos a ampla experiência de operar ativos de infraestrutura, realizar investimentos com eficiência e evoluir na qualidade da prestação de serviços e no atendimento aos nossos clientes nas regiões onde atuamos”, disse Miranda, durante a cerimônia que marcou a privatização da Sabesp.

O executivo afirmou, ainda, que vai “somar esforços” na melhoria da gestão e no crescimento da companhia paulista.

“Reafirmamos publicamente nosso compromisso com as metas de universalização dos serviços, com a qualidade que a população de São Paulo merece. Este é o grande objetivo da operação Sabesp, proposta pelo Governo de São Paulo e que também é o nosso compromisso”, disse.

A Equatorial atua majoritariamente no segmento de distribuição de energia, sendo o terceiro maior grupo do setor no Brasil em número de clientes. A empresa também tem atividades nas áreas de transmissão, comercialização, energias renováveis, saneamento e telecomunicações.

A companhia entrou no setor de saneamento em 2021, quando venceu o leilão para concessão da Companhia de Saneamento do Amapá, a CSA, com lance de R$ 930 milhões, compromisso de investimento de R$ 880 milhões e meta de universalizar o fornecimento de água e esgoto nas áreas urbanas dos 16 municípios do estado.

Na época, o Amapá tinha apenas 38% da população com acesso a água -que, ainda assim, era de baixa qualidade.

Desde então, a Equatorial afirma ter priorizado obras de revitalização de instalações de tratamento de água e esgoto deterioradas e a expansão da rede de abastecimento de água, com investimentos acumulados de R$ 150 milhões. Diz, ainda, ter ampliado o acesso à água para perto de 60%.

Ainda não há, no entanto, dados para comprovar o avanço.

No setor elétrico, carro-chefe da Equatorial, a companhia opera em sete concessionárias e também recebe críticas.

Em ranking da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a Equatorial Goiás teve o pior desempenho entre 29 grandes concessionárias distribuidoras de energia em 2023. Suas operações no Rio Grande do Sul, no Maranhão e no Pará ocuparam, respectivamente, 28º, 21º e segundo lugares no ranking. As de Alagoas, do Amapá e do Piauí não foram listadas no levantamento porque são menores.

Como a Folha mostrou, em Goiânia (GO), onde a Equatorial Goiás opera como distribuidora desde dezembro de 2022, moradores reclamam de interrupções frequentes de energia e da demora na retomada do serviço.

Dados da Aneel mostram que, em média, em 2023, os goianos ficaram sem energia elétrica por 21 horas e 34 minutos, quase o dobro do limite permitido, e passaram por 11 interrupções no sistema, em vez das 7 permitidas. Especialistas afirmam que os problemas refletem o legado ruim do setor no estado.

Equatorial afirma que foram investidos R$ 2 bilhões na área de no estado concessão em 2023. A companhia diz que modernizou e ampliou 161 unidades, construiu seis novas linhas de distribuição de alta tensão, entregou cinco novas subestações, além de reformar outras quatro. Estão previstas novas obras, além da ampliação e modernização de outras 97 subestações.

Com a estreia em São Paulo com a privatização da Sabesp, a Equatorial planeja programas de demissão voluntária, reestruturação de times e estabelecimento de uma cultura voltada a resultados. A empresa quer ainda em otimizar benefícios e políticas de remuneração.

Redação / Folhapress

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