Médico acusado de fornecer prescrições de cafeína para traficantes é preso em Penápolis

O médico Marco Antonio Kitayama Cervantes, foi preso na terça-feira (23), ao se apresentar na delegacia de Penápolis (SP), para dar cumprimento ao mandado de prisão por condenação a 5 anos e 10 meses de prisão, no regime inicial fechado.

A sentença é definitiva, ou seja, não cabe mais recurso, e é referente a processo de 2015, que tramitou na Justiça de Jales. Na denúncia consta que entre maio de 2015 e janeiro de 2016, em Jales, 14 acusados se associaram para o crime de tráfico de drogas. Consta que durante a investigação, chegou a serem apreendidos 3 quilos de cocaína na casa de um dos réus, droga que teria sido trazida de Três Lagoas (MS).

O grupo teria passado a ser investigado a partir de denúncia de venda de anabolizantes e outros ilícitos para frequentadores de academias de ginástica em Jales. As investigações seguiram de forma separada e um foi apurado que um dos réus esteve no consultório de Cervantes, solicitando a prescrição de cafeína, substância que era utilizada para aumentar o volume da cocaína destinada à comercialização pelos integrantes da associação criminosa.

Confessou

Ainda de acordo com a denúncia, na fase extrajudicial o médico alegou ser dependente de cocaína e disse que adquiria drogas de integrantes da organização criminosa. Ele afirmou ter elaborado receitas de produtos controlados a pedido de um dos réus, de quem também já havia comprado cocaína.

E admitiu saber que a substância seria utilizada para aumentar a quantidade de cocaína destinada ao tráfico. Relatou ainda ter esquecido o carimbo de médico dele com um dos réus, mas acreditava não ter deixado nenhum receituário com ele.

Academia

Já em juízo, o réu confirmou ser dependente químico e contou que chegava a pagar R$ 1.300,00 por 30 gramas de cocaína, que era entregue na casa dele, muitas vezes durante a madrugada.

Alegou que dois dos réus foram pacientes dele e solicitaram prescrição de cafeína, que seria para aumentar a disposição física, visando frequentar academia. Disse ainda que uma pessoa poderia consumir até 250 mg de cafeína, duas vezes ao dia.

Ainda de acordo com a denúncia, um dono de academia ouvido relatou que frequentadores usam cafeína porque produz ação relacionada à diminuição do esforço e redução da dor e ingeririam de 200mg a 300mg de cafeína antes dos exercícios.

Condenado

Ao decidir, a Justiça entendeu que ficou demonstrado que Cervantes forneceu prescrições de cafeína para ser usada como fim de aumentar o volume da cocaína destinada à comercialização pela associação criminosas, o que teria ocorrido em duas oportunidades.

Além disso, teria entregue o carimbo de médico a traficante de drogas, para que outras receitas fossem criadas, ainda que com assinaturas falsas ou a serem assinadas posteriormente.

Foi levado em consideração ainda, depoimento de testemunha protegida, que informou que a função do médico na associação para o tráfico era fornecer receitas médicas para aquisição de cafeína, para o aumento da quantidade da cocaína destinada ao fornecimento a terceiros.

Fonte: Hoje Mais

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