SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nelson Sargento, general do samba e figura histórica da Mangueira, faria cem anos nesta quinta-feira (25). Em comemoração ao centenário, o filho do artista, Ronaldo Mattos, e a nora e produtora Lívea Mattos prepararam um show que vai passar por quatro casas no Rio de Janeiro entre setembro e novembro.
Intitulada “Samba! Agoniza mas Não Morre”, a apresentação repassa a obra do sambista, com repertório que inclui clássicos como “As Quatro Estações” e “Falso Amor Sincero”. A ideia é que o espetáculo traga o ambiente do samba no qual o músico vivia. Sargento morreu em 2021, aos 96 anos.
A cantora Lazir Sinval e os cantores Mingo Silva e Ronaldo Mattos estão no elenco do espetáculo, com direção musical de Luis Filipe de Lima, também responsável pelos arranjos.
O show estreia em 6 de setembro, no Teatro Ruth de Souza, em Santa Teresa, e depois vai para a Arena Fernando Torres, em Madureira, Centro da Música Carioca, na Tijuca, e Arena Jacob do Bandolim, em Jacarepaguá.
RELEMBRE A HISTÓRIA DO SAMBISTA
Sargento nasceu no morro do Salgueiro, mas se tornaria uma das figuras mais representativas da Estação Primeira de Mangueira, para onde se mudou aos 12 anos. Ao completar 90 anos, em 2014, era o presidente de honra da verde e rosa.
Para Nelson também virar um compositor respeitado, foi fundamental conviver com os veteranos do morro, como Carlos Cachaça, Saturnino, Aluisio Dias, que o ensinou a tocar violão, Babaú e, sobretudo, Cartola. “Cartola não existiu, foi um sonho que gente teve”, ele gosta de repetir.
Virou guardião da memória do mestre. Guardava na cabeça as músicas que Cartola descompromissadamente fazia. Completou várias e se transformou em parceiro do compositor mais importante da Mangueira.
O papel de depositário das histórias da escola e do morro ele nunca deixou de exercer. É, por exemplo, um dos autores do livro “Um Certo Geraldo Pereira”, sobre outro grande mangueirense.
Foi por ter servido no Exército entre 1945 e 1949 que Nelson Mattos passou, tempos depois, a ser conhecido no samba como Nelson Sargento, alusão à patente que alcançou. Mas conhecido de fato ele se tornou a partir da década de 1960. Primeiramente, em 1964 e 1965, cantando no Zicartola, o restaurante de Cartola e sua mulher, Zica.
Logo em seguida, entre 1965 e 1967, participando do histórico espetáculo “Rosa de Ouro”, dirigido por Hermínio Bello de Carvalho e ao lado de Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho e Anescarzinho.
Com essa turma e alguns outros, integrou grupos que marcaram aquela época, como A Voz do Morro e Os Cinco Crioulos neste, com Mauro Duarte no lugar de Paulinho da Viola, e projetos como o musical “Mudando de Conversa”.
Redação / Folhapress