O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) absolveu Gildázio Tomaz da Silva, acusado de tentativa de homicídio contra um vizinho. O crime ocorreu na noite de 23 de outubro de 2016, em Santo Antônio do Aracanguá. O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (25), no Fórum de Justiça de Araçatuba, sob a presidência do juiz Carlos Gustavo de Souza Miranda. Por maioria de votos, os jurados aceitaram a tese de legítima defesa apresentada pelos advogados Eduardo Cury e Silvia Andrea Magnani da Silva.
O promotor de Justiça, Adelmo Pinho, que havia solicitado a condenação do réu conforme a denúncia, anunciou que pretende recorrer da decisão, considerando que ela não está em conformidade com as provas apresentadas.
Detalhes do Caso
Conforme a denúncia, na noite do crime, a vítima invadiu a casa do réu para confrontar o filho adolescente dele, suspeitando que ele tivesse furtado dinheiro de sua residência. Após retornar para casa, foi a vez do réu invadir o imóvel da vítima, questionando-a sobre as acusações contra seu filho.
A vítima teria respondido ao réu que falaria sobre o ocorrido apenas se ele confrontasse seu filho. Neste momento, a vítima foi golpeada entre o pescoço e a clavícula com uma faca. Um primo da vítima, que estava presente, interveio, desferindo um chute no réu, que caiu. O primo então arrastou a vítima até a cozinha, pegou uma faca e correu em direção a Silva, que conseguiu fugir.
Versão da Vítima
Em juízo, a vítima confirmou a discussão com os filhos do réu após o sumiço do dinheiro. Pouco depois, Silva entrou na casa dela questionando o que ela havia dito aos seus filhos. Ao insistir que falaria apenas se os filhos confirmassem, a vítima foi esfaqueada, necessitando de cerca de 30 pontos para suturar o ferimento e ficou internada por três dias. Posteriormente, os filhos do acusado admitiram o furto e prometeram devolver o dinheiro.
Defesa de Legítima Defesa
O réu alegou legítima defesa, afirmando que foi à casa da vítima para pagar a dívida do suposto furto. Ao entrar, foi ofendido pela vítima, que afirmou que a dívida só poderia ser paga com sangue. Silva afirmou que a vítima e seu primo começaram a agredi-lo. Em resposta, conseguiu tomar a faca de um dos agressores e apontou para se defender, sem mirar. Após ser chutado e lançado para fora da casa, Silva conseguiu fugir, perseguido pelo primo da vítima, que estava armado.
Decisão do Júri
Os jurados aceitaram a tese de legítima defesa apresentada pelos advogados do réu, levando à absolvição de Gildázio Tomaz da Silva. O promotor de Justiça, discordando da decisão, pretende recorrer, sustentando que as provas nos autos não foram devidamente consideradas.