Lula retoma crítica a Campos Neto

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou nesta sexta-feira (26) as críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e questionou se ele não tem respeito.

Campos Neto defendeu, no fim de maio, a eventual flexibilização dos pisos de Saúde e Educação no Orçamento da União, como forma de contribuir para melhora nas expectativas de inflação no Brasil. Técnicos do governo chegaram a estudar essa hipótese, mas foram desautorizados pelo Planalto.

“Esses dias o presidente do Banco Central deu uma declaração para imprensa que não quis acreditar. O cidadão, jovem, bem sucedido na vida diz o seguinte: esse negócio de aumento do salário mínimo e massa salarial crescendo pode gerar inflação. Significa que, para não ter inflação, o povo precisa ganhar pouco? Será que essa pessoa não tem respeito?”, questionou.

“Será que as pessoas pensam que alguém ganha salário mínimo, é porque quer ganhar salário mínimo? Será que pensa que Brasil é pobre porque quer ser pobre? Não. Dê oportunidade ao pobre que ele vai fazer como fez esse pernambucano aqui, virar presidente da República”, disse, sob aplausos.

A declaração ocorre dias antes da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que na próxima semana decidirá sobre a Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente em 10,5%.

Lula diminuiu os ataques a Campos Neto após demanda de aliados. Eles defendiam que ele focasse a divulgação de realizações de sua gestão, por haver entendimento de que a insistência numa toada agressiva pode ser prejudicial ao governo.

Com os ataques, a reação de investidores escalou, diante da desconfiança crescente dos agentes econômicos quanto ao compromisso do governo em cumprir as regras fiscais vigentes. Nas últimas semanas, entretanto, Lula havia enfatizado discurso de respeitar a responsabilidade fiscal e evitou criticar Campos Neto.

A declaração desta sexta foi dada em cerimônia de divulgação dos resultados do Novo PAC Seleções para as modalidades mobilidade de grandes e médias cidades e drenagem. Os empreendimentos anunciados fazem parte de três dos nove eixos do programa: Cidades Sustentáveis e Resilientes, Infraestrutura Social e Inclusiva e Água Para Todos.

A carteira faz parte do R$ 1,7 trilhão de investimentos públicos e privados previstos para o programa, considerando também os recursos de estatais, iniciativa privada e financiamentos. Desse total, R$ 1,4 trilhão será investido até o final do governo Lula 3, e o restante, após 2026.

MARIANNA HOLANDA / Folhapress

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