SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Competidora em cinco edições de Jogos Olímpicos e medalhista 11 vezes, a ex-velocista americana Allyson Felix estará presente em Paris-2024 fora das pistas. Ela faz parte da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Internacional (Cacoi), que criou neste ano e pela primeira vez na história um berçário dentro da Vila Olímpica.
A iniciativa, encabeçada por Felix e atendida pelo COI e pelo comitê organizador dos Jogos, tem como objetivo oferecer um ambiente seguro para que os atletas possam passar tempo com seus filhos durante as competições. O espaço é direcionado a crianças que usam fraldas ou estão em fase de amamentação.
“Muitos atletas estão equilibrando suas carreiras no esporte com a família. Sei como é isso, porque competi os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 como mãe de uma criança pequena”, disse, em comunicado, a presidente do Cacoi e medalhista olímpica de hóquei no gelo pela Finlândia, Emma Terho.
O COI anunciou em maio o patrocínio de uma marca, que fornece lenços umedecidos e fraldas ao berçário, localizado em uma área da Vila Olímpica chamada Village Plaza.
O COI disponibilizou um formulário para as famílias interessadas em utilizar o espaço, que fica aberto diariamente das 9h às 21h, se inscreverem. No momento, não há mais horários disponíveis.
Allyson Felix acumula medalhas olímpicas e mundiais nos 200 m, 400 m e revezamentos. Pessoa mais condecorada de todos os tempos no atletismo, ela superou o número de medalhas de Usain Bolt 11 meses após dar à luz em uma cesárea de emergência, em novembro de 2018. Em Tóquio-2020, ela ainda conquistou o ouro nos 4 x 400 m e o bronze nos 400 m rasos.
“[Competir sendo mãe] Foi difícil de formas que eu não esperava […], ficar em hotéis, lavar mamadeiras, alimentar meu bebê em estádios, [pensar em] quem vai cuidar do bebê”, afirmou Felix à NBC Olympics. “Foi desafiador, mas eu aprendi muito sobre como as coisas podem melhorar.”
Aposentada das pistas desde 2022, a americana foi mãe pela segunda vez em abril deste ano. Ela segue trabalhando para arrecadar investimentos de apoio a mães atletas e à saúde materna de mulheres negras e para garantir iniciativas como o berçário nas competições.
“É uma mudança de cultura”, acrescentou ela. “E está dizendo que a maternidade não é o fim; se você escolher ser mãe no meio da sua carreira, você ainda pode ter performances incríveis.”
Redação / Folhapress