PARIS, FRANÇA (UOL/FOLHAPRESS) – A presença do jogador de vôlei de praia holandês Steven Van de Velde nas Olimpíadas de Paris tem causado controvérsia por conta de uma condenação por estupro. A decisão do Comitê Olímpico da Holanda e do COI foi de mantê-lo na competição, embora isolado.
Neste sábado, o diretor de comunicação do COI, Mark Adams, citou a reabilitação como justificativa para não ter havido veto ao atleta nos Jogos. Ele lembrou que foram tomadas medidas para isolar o jogador do restante do ambiente olímpico.
“Acho que caracterizar como confortável e feliz não seria correto (a reação do COI. Deixamos claro que tivemos uma longa conversa com o comitê de Holanda. Vi a declaração dele: esse crime ocorreu há 10 anos atrás, um grande processo de reabilitação ocorreu. Há proteção forte. Eu acredito que ele nem vai ficar na Vila. Sentimos que o Comitê da Holanda explicou sua decisão. Confortável, feliz Pode caracterizar como quiser (a reação do COI), mas sentimos que a declaração deles foi correta. E vamos continuar com a situação como está”, disse Adams.
Van de Velde foi condenado por estupro em 2016 na Inglaterra. Holandês, ele conheceu uma menina de 12 anos nas redes sociais e voou até o país onde fez sexo com ela, o que é considerado estupro de vulnerável. Foi condenado a 4 anos na prisão.
Transferido para a Holanda, sua pena foi adaptada para as leis do país. Ele saiu da prisão depois de pouco mais de um ano.
Agora, com 29 anos, ele já admitiu, em entrevista à mídia holandesa, que cometeu um “grande erro”. “Não posso reverter, então, vou ter que lidar com as consequências”, disse ele, ao canal NOS.
O Comitê Holandês decidiu que ele não ficaria na Vila Olímpica, nem próximo de outros atletas. Pelas regras olímpicas, o COI poderia vetar a sua presença se quisesse. Mas, após consulta ao comitê, decidiu não agir e deixa-lo jogar. A estreia do holandês é no domingo.
RODRIGO MATTOS / Folhapress