Mais de 160 pinguins-de-magalhães foram encontrados nesta temporada de outono-inverno no Litoral Norte de São Paulo, de acordo com o Instituto Argonauta.
Leia mais notícias da região aqui
As equipes de monitoramento, resgate e reabilitação do instituto, relataram que até esta sexta-feira (26), já atenderam a 166 acionamentos e resgates deste animais, sendo 121 encontrados mortos e 45 pinguins resgatados vivos, e encaminhados para o Centro de Reabilitação de Despetrolização do Instituo Argonauta, em Ubatuba ou na Unidade de Estabilização, em São Sebastião. Dos animais resgatados vivos, atualmente nove permanecem em reabilitação.
De acordo com o Diretor do Aquário de Ubatuba e Presidente do Instituto Argonauta, Hugo Gallo Neto, entre julho e setembro, é considerada a temporada de pinguins-de-magalhães no Litoral Norte de São Paulo. Porém, essa chegada nem sempre é tranquila, pois os animais são jovens e estão na primeira migração. Muitos chegam debilitados, exaustos, desnutridos e com algumas doenças adquiridas no percurso, fora os desafios dos impactos causados pelo ser humano, como poluição marinha e as mudanças climáticas que afetam diretamente os pinguins.
Em 2023, foram resgatados 426 animais, mas em 2022 foram apenas 166 pinguins. Por isso, ter um número exato de quantos animais são esperados neste ano não é possível. A quantidade de pinguins varia bastante ao longo dos anos, pois é necessário considerar o número de nascimentos nas colônias e ainda as correntes marítimas.
Caso a população aviste pinguins no Litoral Norte, o Instituto Argonauta passa as seguintes orientações:
- Ligue para o Instituto Argonauta: Entre em contato imediatamente com o PMPBS/Instituto Argonauta: Ligando para o telefone 0800 642 3341
- Não toque no animal: Mantenha distância para evitar estresse ou ferimentos adicionais, e não manuseie carcaças.
- Proteja o pinguim: Se possível, improvise uma sombra e afaste animais domésticos para mantê-lo seguro até a chegada da equipe.
O Instituto Argonauta atende as ocorrências e reabilita pinguins desde 2012 em continuidade ao trabalho de reabilitação realizado pelo Aquário de Ubatuba desde 1996. Até hoje, já foram atendidas na região mais de 3 mil ocorrências de pinguins-de-magalhães, entre animais vivos e mortos.
Os pinguins-de-magalhães
De acordo com o Instituto Argonauta, o pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) é uma ave característica de águas temperadas. Vive nas águas dos oceanos Atlântico e Pacífico Sul, nas costas da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas. Sob a influência das correntes frias (maio a outubro) chega à costa brasileira do Rio Grande do Sul ao Nordeste, sendo, principalmente os juvenis, imaturos. É uma ave marinha adaptada a vida na água, onde passa a maior parte do tempo. Desloca-se próximo à costa, com águas menos profundas e maior disponibilidade de alimento. Pode nadar a 36km/h para fugir de seus predadores. Medindo entre 65 a 75 cm; e pesando de 4,5 a 6 kg.
Os adultos apresentam uma coloração da plumagem, que os diferencia dos imaturos que não completaram 1 ano de vida ainda, com o dorso, parte do rosto e as asas pretas, e o ventre branco. Atualmente seu status de conservação é considerado uma espécie Pouco Preocupante, pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, porém vem sendo percebido um declínio populacional nos últimos anos.