Motociclista morto atropelado por Porsche é velado na zona sul de SP

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O corpo de Pedro Kaique Ventura Figueiredo, que morreu após ser atropelado por um motorista de um Porsche, está sendo velado nesta terça-feira (30) na zona sul de São Paulo.

O velório teve início às 8h e o enterro será às 15h. A cerimônia ocorre no cemitério Girassóis, na estrada Ecoturística de Parelheiros.

Aos 21 anos, a vítima deixa a esposa e um filho de três anos. ”Embora você tenha partido, continuará vivo em nossas memórias e corações para sempre”, diz o cartão de despedida da família.

Pedro Kaique trabalhava em dois empregos. O pai afirmou que ele era auxiliar de transporte escolar e fazia entregas como motoboy. “Estava cheio de sonhos, começando uma nova vida, planejando comprar um imóvel na planta para poder sair do aluguel. Trabalhava em dois empregos para manter a condição de vida”, lamentou.

CÂMERAS DE SEGURANÇA REGISTRARAM COLISÃO

Um vídeo de câmera de segurança mostrou o suspeito Igor Ferreira Saceuda perseguindo a moto. A motocicleta ficou completamente destruída após a colisão. O Porsche, do ano 2018, aparece atravessado na avenida.

Pedro Kaique não resistiu aos ferimentos. O jovem foi socorrido ao Hospital do Grajaú, mas morreu. A namorada do motorista do Porsche, que estava no banco do passageiro, foi socorrida para um pronto-socorro. Ele teve ferimentos leves.

O acidente teria ocorrido após uma briga de trânsito. A vítima teria quebrado o retrovisor do carro de Igor. Em alta velocidade, as imagens flagraram o momento da batida entre o carro e a moto, jogada contra o muro de um canteiro.

Ao ser contestado por testemunhas, suspeito disse que ”foi fechado” pelo motociclista. Logo após a batida, pessoas que presenciaram a cena foram confrontar o condutor da Porsche e registraram um vídeo, que circula nas redes sociais.

Motorista saiu normalmente do carro. ”Você matou o cara da moto por causa do retrovisor do seu carro”, disseram populares ao suspeito. O condutor nega a eles que esse tenha sido o motivo.

Suspeito fez teste do bafômetro e teve resultado negativo. Perícia esteve no local, informou a SSP (Secretaria de Segurança Pública).

Igor foi preso em flagrante após alteração da polícia. O caso, registrado inicialmente como homicídio culposo (quando não há intenção de matar), foi encaminhado para outra delegacia e alterado para homicídio com dolo eventual, por motivo fútil, (quando o agente não tem a intenção direta de provocar a morte, mas assume o risco desse resultado ao realizar uma conduta perigosa). Com a mudança, o motorista, que seria posto em liberdade, permaneceu preso em flagrante e passará por audiência de custódia na terça-feira (30).

Além disso, a ocorrência também foi registrada como lesão corporal culposa. A reportagem entrou em contato com a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo para saber se a tipificação de lesão corporal segue como culposa, mas foi informada que detalhes do caso serão repassados em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (29).

Motorista de Porsche citou ‘conduta suspeita’ de motociclista em depoimento. Em oitiva, obtida pelo UOL, Igor afirmou que perseguiu a moto e, em determinado momento, Pedro estava na sua frente, mas mudou de faixa “abruptamente”. Ele explicou que tentou evitar a colisão torcendo o volante para a direita, mas que não conseguiu e atingiu a parte traseira da moto.

DEFESA DE MOTORISTA FALA EM ‘FATALIDADE’

Advogado de Igor afirmou que o motorista voltava do trabalho quando aconteceu a colisão. Ao deixar a delegacia na tarde desta segunda-feira (29), Carlos Bobadilla disse à imprensa que Igor é “um cara trabalhador, honesto, do bem, que jamais teve qualquer antecedente criminal em toda a sua vida”. Defensor também reforçou que o suspeito não estava bêbado.

“O que aconteceu foi uma fatalidade e ele, infelizmente, veio a colidir com a motocicleta da vítima. Infelizmente aconteceu essa fatalidade. Não teve nenhum dia de fúria. E o que importa é que ele não estava alcoolizado. O exame do bafômetro saiu zerado. Toda a narrativa que eu já cheguei a ouvir, inclusive aqui na delegacia, de que ele estava bêbado e provocou esse acidente, é inverídica porque ele estava sóbrio, voltando do trabalho”, disse Carlos Bobadilla, advogado de Igor, à imprensa.

Redação / Folhapress

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