PARIS, FRANÇA (UOL/FOLHAPRESS) – Depois de uma confusão sobre a decisão, a Confederação Brasileira de Judô descobriu, enfim, qual foi a punição que determinou a derrota do judoca Rafael Macedo. As pernas em volta da cabeça do francês Maxime-Gael Ngayap levaram a decisão da luta do atleta da casa.
Quando o brasileiro aplicou um golpe no francês, o árbitro marcou um Shido, punição em Rafael. Mas o placar oficial não registrava qual o motivo, e todos da comissão técnica da CBJ e o atleta ficaram dúvida.
Depois disso, o chefe de missão da CBJ, Marcelo Theotonio, foi até a mesa de arbitragem para esclarecer a situação. Essa foi sua explicação dada pela assessoria da confederação:
“Realmente ficou confuso, não entendemos a punição. Inicialmente entendemos que ele tinha dado punição por pegar dentro do quimono. Não foi isso, não ficou claro.
Quando fomos até a mesa, conversar com os responsáveis pela arbitragem, essa posição, quando você pressiona só a cabeça, é realmente considerado matê e shido. Seria esse último ponto que o Rafael sofreu. O duro é que tem um guia que mostra uma situação um pouco diferente. Mas ali eles abriram um outro guia, com uma regra mais atualizada, e mostra que é shido”, explicou o dirigente.
Na sequência, Marcelo Teotônio disse que a decisão era lamentável e “bastante discutível”.
No livro de regas da Federação Internacional de Judô, disponível em seu site, a regra diz que esse tipo de lance deveria levar a Mate (parar a luta), mas sem Shido. Mas a versão apresentada aos brasileiro como mais atualizada, mostra uma decisão diferente.
“É uma pena, lamentável. Era evidente que o Rafael estava superior na luta. É bastante discutível, mas ele vai manter o foco na disputa por equipes”, disse Marcelo Theotonio.
Pelas regras do judô, não há como recorrer da decisão para tentar reverter a derrota, nem dava para pedir análise do VAR durante a luta. Só os juízes podem ter essa iniciativa.
RODRIGO MATTOS / Folhapress