RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O número de pessoas desalentadas com as condições do mercado de trabalho no Brasil recuou para 3,3 milhões no segundo trimestre deste ano, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
É o menor contingente para o intervalo de abril a junho em oito anos, desde 2016 (3,2 milhões). À época, a economia nacional amargava recessão.
Considerando os diferentes trimestres da série histórica, o número mais recente (3,3 milhões) é o mais baixo desde os três meses encerrados em julho de 2016 (3,2 milhões).
As pessoas desalentadas até gostariam de trabalhar, mas desistem de procurar emprego por acharem que não terão vez. Diferentes motivos podem influenciar a decisão.
A falta de trabalho nas localidades dos trabalhadores, a ausência de vagas consideradas adequadas no mercado e a baixa qualificação ou experiência dos profissionais para determinadas oportunidades estão entre as possíveis justificativas.
Ao atingir 3,3 milhões no segundo trimestre, o número de desalentados recuou 9,6% em relação aos três meses anteriores (menos 345 mil). A baixa foi de 11,5% ante o segundo trimestre do ano passado (menos 422 mil).
Os dados divulgados pelo IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que voltou a mostrar resultados positivos, conforme avaliação de analistas.
O número de desempregados caiu para 7,5 milhões, enquanto o de ocupados com trabalho renovou o recorde da série histórica iniciada em 2012 (101,8 milhões).
A população desempregada reúne brasileiros de 14 anos ou mais que estão sem emprego e que seguem à procura de oportunidades. Já os ocupados são aqueles que estão trabalhando -em vagas formais ou informais.
Para a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, a queda do desalento pode ser associada à melhoria das condições gerais do mercado.
Esse quadro teria possibilitado que mais pessoas retornassem à força de trabalho, composta por desempregados e ocupados.
“E como estamos vendo uma redução da população desocupada, essa redução do desalento provavelmente está sendo proporcionada pelo aumento da ocupação”, disse Beringuy.
Na série histórica da Pnad, o maior número de desalentados foi registrado no primeiro trimestre de 2021: 5,9 milhões.
À época, o mercado sofria os impactos da pandemia de Covid-19. A crise sanitária causou demissões e dificultou a busca por emprego.
O menor número de desalentados na série ocorreu no segundo trimestre de 2014: 1,4 milhão.
LEONARDO VIECELI / Folhapress