Os Jogos Olímpicos de Paris começam neste mês de julho e muitos atletas estão prestes a realizar o sonho de representar seus países. No entanto, esse sonho pode se transformar em grande decepção quando, após se preparar durante quatro anos, muitas vezes com uma única oportunidade, o atleta se vê obrigado a abandonar a competição devido a uma lesão.
Mas é possível prevenir essas lesões? Qual tipo de lesão é mais comum durante as Olimpíadas? Existe alguma modalidade mais propensa a lesões?
Um estudo publicado na revista Radiology, realizado durante os Jogos Olímpicos no Brasil, revelou que os esportes que mais frequentemente resultaram em lesões musculares foram atletismo, futebol e levantamento de peso, enquanto as por estresse foram mais comuns em atletismo, vôlei, ginástica artística e esgrima. Já as fraturas foram mais identificadas em atletismo, hóquei na grama e ciclismo.
O Dr. Bruno Canizares, ortopedista e traumatologista do esporte, com vasta experiência na recuperação de atletas de futebol e basquete, explica que muitas dessas lesões ocorrem porque os atletas operam no limite do corpo.
“Para muitos atletas, esta é uma experiência única e eles vão até o limite para alcançar o melhor desempenho, trabalhando em níveis elevados de fadiga muscular, tendinosa e articular. A lesão muscular é a mais comum em todos os esportes, devido à intensidade exigida”, afirma o especialista.
Entorses e lesões ligamentares, tanto no joelho quanto no tornozelo, também são frequentes, variando conforme o esporte. No basquete, por exemplo, muitas lesões ocorrem durante a aterrissagem, enquanto no futebol, a alta intensidade é um fator comum nas lesões.
“No basquete, esporte de saltos e contato, vemos mais entorses de tornozelo e joelho, além de lesões ligamentares no tornozelo. Também é comum a tendinite patelar, pois são atletas pesados e fortes. Lesões no ombro são frequentes devido à repetição de movimentos”, explica.
“O futebol, por sua vez, está cada vez mais intenso, com atletas operando no limite físico, corridas rápidas, distâncias cada vez maiores e aumento do contato entre os jogadores. Lesões musculares são comuns devido à exigência extrema do corpo e ao contato físico”, acrescenta o Dr. Bruno Canizares.
O ortopedista destaca a importância do diagnóstico precoce para uma recuperação mais rápida, especialmente em competições de tiro curto. Além disso, uma alimentação adequada e saúde mental são fundamentais nesse processo.