Entre domingo (28) e terça-feira (30), Nhandeara foi o palco de um espetáculo celestial, com chuvas de até 20 meteoros por hora. O fenômeno foi capturado pela estação de um observatório astronômico local, que registrou os eventos luminosos através de câmeras de alta definição.
Os meteoros observados foram identificados como pertencentes às chuvas de Delta Aquáridas e Alpha Capricornídeos. Esses fenômenos recebem o nome do ponto no céu de onde parecem originar-se, nas constelações de Aquário e Capricórnio, respectivamente. A Alpha Capricornídeos é conhecida por sua luminosidade e menor taxa, com cerca de cinco meteoros por hora, enquanto as Delta Aquáridas oferecem um espetáculo mais intenso, com uma taxa de 15 a 20 meteoros por hora.
De acordo com o astrônomo amador Renato Cássio Potrinieri, a observação foi facilitada pela baixa poluição ambiental em Nhandeara. Ele destacou que, em julho, a equipe conseguiu captar mais de mil meteoros com apenas uma câmera. “Esses fenômenos ocorrem devido à passagem de cometas que, ao se aproximarem da Terra, liberam poeira e partículas, formando trilhas de detritos que cruzam nossa órbita”, explicou Potrinieri.
Os registros dos meteoros ajudam na compreensão da origem dos fenômenos e na catalogação das partículas que entram na atmosfera terrestre. Embora algumas pessoas temam que esses eventos possam representar riscos para a saúde ou o meio ambiente, o climatologista Vagner Camarini assegura que não há influência negativa. “Esse fenômeno não interfere no clima nem na saúde humana”, afirma.
O observatório de Nhandeara, fundado pelo Clube de Astronomia em 2009, é parte da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon). Com mais de 300 chuvas de meteoros registradas no Brasil, o trabalho dos astrônomos amadores ajuda a compreender a formação do sistema solar e a estudar cometas, fragmentos lunares e marcianos, além de objetos próximos à órbita terrestre.