Amigos que causaram acidente que matou motorista de app em Guarulhos são presos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os amigos Gustavo Moreira Cardoso e Felipe Gambeta Malheiro, ambos de 21 anos, se entregaram à polícia, no final da tarde desta quinta-feira (1º), depois que a Justiça decretou a prisão preventiva de ambos. Eles foram indiciados sob suspeita de homicídio em razão do acidente de trânsito na madrugada de 13 de julho, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, que causou a morte do motorista de aplicativo Ednaldo de Souza Mendes, 41.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), eles se apresentaram espontaneamente na delegacia e foram presos em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. Foram solicitados exames de ao Instituto Médico Legal.

O advogado Marcelo Cosme de Oliveira, que defende Gustavo, afirmou que a defesa não vai se pronunciar.

Silvano Augusto Silva, que defende Felipe, foi procurado, mas não respondeu até a publicação deste texto.

O caso foi investigado pelo 1º Distrito Policial de Guarulhos, e o inquérito policial já foi relatado e encaminhado ao Poder Judiciário em julho deste ano.

Gustavo e Felipe foram levados para o Centro de Detenção Provisória 1 de Guarulhos, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária.

ACIDENTE OCORREU APÓS ULTRAPASSAGEM EM LOCAL PROIBIDO

O acidente aconteceu na avenida Dr. Timóteo Penteado. Gustavo e Felipe estavam em um Hyundai I30 que fez uma ultrapassagem em local proibido e colidiu de frente com o Fiat Uno conduzido por Ednaldo de Souza Mendes, conforme imagens de câmeras de monitoramento. Ele era motorista de ônibus e trabalhava como motorista de aplicativo para complementar a renda.

Ednaldo foi levado para o Hospital Notre Dame, onde passou por cirurgia, mas não resistiu.

A Polícia Militar foi acionada e atendeu a ocorrência. Felipe, filho do proprietário do Hyundai, afirmou aos PMs que ele dirigia o veículo no momento do acidente. Os amigos foram levados para o Hospital Municipal de Urgências.

Os policiais afirmaram que nenhum dos condutores apresentava sinais de embriaguez ou de que teriam usado outras drogas, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública). Eles não foram submetidos ao teste do bafômetro porque, segundo a Polícia Civil, os PMs afirmaram que não tinham o equipamento.

Em depoimento, Felipe disse que havia mentido e que quem conduzia o carro era Gustavo, que não tem CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

No momento do acidente os dois voltavam de um bar no qual ficaram por cerca de cinco horas.

Ambos disseram em depoimento que não consumiram bebidas alcoólicas. A comanda do bar, porém, mostra que foram pedidos dois combos de vodka e licor. A conta ficou em R$ 1.170. Além disso, no veículo havia uma garrafa de uísque vazia.

Gustavo e Felipe foram indiciados sob suspeita de homicídio doloso com dolo eventual. Felipe também foi indiciado sob suspeita de fraude processual, por ter mentido sobre a condução do veículo, e crime de trânsito, por entregar o carro a pessoa não habilitada.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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