PARIS, FRANÇA (UOL/FOLHAPRESS) – Derrotada na disputa do bronze no individual, Rafaela Silva contou que decidiu se isolar nos dias seguintes. Mas ressaltou sua capacidade de se recuperar diante da adversidade emocional e física para a disputa de equipes – ela estava com uma contusão no joelho.
Rafaela Silva venceu todas as suas quatro lutas na disputa por equipe e ganhou também no Golden Score, que garantiu o pódio brasileiro depois do empate em 3×3 com a Itália.
A história de redenção e resistência é uma característica da carreira da judoca. Levantou-se depois de um desempenho ruim em Londres-2012 para o ouro no Rio-2016. Recuperou-se do afastamento por doping no último ciclo olímpico com a medalha de bronze de equipes.
“Estou muito feliz, 8 anos depois eu volto aos tatames olímpicos, então foi muita superação, muitas pessoas se questionavam se eu ia conseguir voltar ao alto rendimento, se eu voltaria a Olimpíada, muitas pessoas questionaram a minha convocação para a Olimpíada, mas eu sabia o meu valor, o meu potencial”, contou Rafaela Silva.
Desta vez, foi preciso ter uma resiliência dentro da competição. Além da derrota no individual, Rafaela Silva sofreu uma contusão no joelho na luta contra a coreana Mimi Huh, na semifinal olímpica.
“Machuquei ali na semifinal, no individual, e todo mundo preocupado, e eu falei: ‘É com uma perna só, mas a gente vai lá’ Eu estou com um (joelho) colateral machucado, mas eu falei para o doutor: ‘Enrola aí, e a gente vai para a brigar” O judô brasileiro é isso, a gente não se entrega, independente de lesão, de vitória, de derrota, a gente sempre se levanta, como eu dei uma entrevista, a Rafaela sempre volta, e eu consegui voltar 8 anos depois”, concluiu.
A judoca ainda lembrou que, durante o intervalo entre a disputa individual e as equipes, houve preocupação com ela. Até porque Rafaela Silva fez um desabafo no instagram em que contou as dificuldades que encontrou durante o período de doping.
“Com certeza, acho que todo mundo que estava em volta da minha preparação estava muito preocupada. Eu não estava respondendo ninguém nas redes sociais, eu só queria ficar comigo, todo mundo preocupado se eu ia conseguir me virar depois de chegar tão perto de uma medalha e ficar sem medalha no individual, mas eu sabia o quão importante eu era para a seleção brasileira de judô”, contou ela.
RODRIGO MATTOS / Folhapress
