PARIS, FRANÇA (UOL/FOLHAPRESS) – Uma estratégia adotada por Rebeca Andrade e comissão técnica fez com que ainda não fosse nos Jogos Olímpicos de Paris que a ginasta executasse o Yurchenko triplo twist (YTT). E um fator curioso também pesou na avaliação: uma crosta de mel na mesa.
“O problema que vejo não é a mesa Gymnova em si, é o que o pessoal faz em cima da mesa. Passam mel, magnésio, não sei o que passam. Com medo de escorregar, fazem aquilo, mas quando seca, fica uma crostra. E os dias de competição vão indo e não vai dando tanta segurança”, disse Francisco Porath, técnico da seleção de ginástica.
Francisco Porath revelou que as mesas do salto ficam com misturas de materiais usados pelos atletas, como mel e magnésio. Essa “poluição” influencia também na segurança das atletas.
Xico, como é conhecido, citou o caso de Simone Biles como exemplo. O técnico da norte-americana raspou a mesa antes da final do aparelho para não haver contratempos, devido à dificuldade dos saltos dela.
“Hoje [dia da final] o treinador da Biles estava lá tentando tirar. Você imagina, a Biles tem de entrar com um Yurchenko duplo, então, tem de apoiar muito bem a mão”, comentou Xico.
O material usado em Paris-2024 é da Gymnova. O CT da seleção brasileira de ginástica conta com materiais da mesma marca, um dos movimentos feitos visando a melhor adaptação dos atletas ao ambiente que encontrariam nas Olimpíadas.
Xico lembrou que Rebeca consolidou o Yurchenko triplo twist (YTT) em mesas similares às das Olimpíadas. Mas as condições do material no ginásio com o passar da competição também pesaram na ausência de treinos do movimento às vésperas das apresentações.
“A nossa mesa no CT, por exemplo, é muito boa. [Fica limpinha] Dá uma aderência melhor. Chega aqui na competição, toda vez é assim”, disse o treinador.
Redação / Folhapress