Vencedor dos 100 m, americano pensou que tinha perdido a prova

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Noah Lyles foi falar com Keshane Thompson, enquanto ambos esperavam para saber quem era o novo campeão olímpico dos 100 metros. “Cheguei a dizer: ‘Bro, acho que você levou essa, cachorrão’. Aí meu nome apareceu [na tela]. Fiquei tipo, ‘oh meu Deus’, eu sou incrível”, disse o americano.

Unhas pintadas de azul e vermelho, Lyles era só risadas na zona de entrevistas à imprensa. “Eu sabia que, quando chegasse a hora em que pudesse dizer: ‘Esta é a final, é aqui que eu tenho que juntar tudo’, eu ia conseguir.”

O americano apagou a decepção dos Jogos de Tóquio, em 2021, quando não disputou os 100 metros (não se classificou na seletiva americana) e teve que se contentar com o bronze nos 200. “Quando o ano começou, eu sabia que não seria 2021. A cada passo do caminho, eu sabia. Ganhar o campeonato dos EUA, ir para a Jamaica, perder para Oblique e mesmo assim dizer: ‘Corri 9s83’, ainda estava o tempo todo progredindo, progredindo, progredindo.”

Ele se referia ao meeting de atletismo de Kingston, na Jamaica, em junho. Nele, Lyles foi derrotado pelo jamaicano Oblique Seville (9s82 contra 9s83).

Curiosamente, a presença de Seville na raia vizinha, na final olímpica deste domingo, aumentou a confiança do americano. “Dei muita sorte de ter Oblique ao meu lado, porque o ano inteiro senti que ele estava conseguindo aquela aceleração que eu não conseguia. Pensei: o fato de ele estar aqui significa que não vou deixá-lo ir embora.”

Lyles disse que não procurou Thompson em seu campo visual durante a prova. “Vou ser franco. Eu não estava a fim de olhar. É a primeira vez que eu pensei isso. Não estava pronto para ver. Ele estava a algumas raias de distância. Ele estava na quatro, eu na sete. Para mim, era difícil saber onde ele estava. Acho que isso foi bom.”

Quando soube que seu tempo de reação na largada foi o sétimo pior, ele achou graça. “Estava achando que tinha sido um pouco melhor, mas isso prova que o tempo de reação não ganha corridas.”

“Meu técnico disse que eu precisava cruzar a linha. Que eu precisava ficar ereto. Disse para eu dar tudo de mim. Foi o que eu fiz. Eu dei”, concluiu.

ANDRÉ FONTENELLE / Folhapress

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