Abel cita Biles e Rebeca para justificar pressão excessiva no Palmeiras

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Abel Ferreira citou as ginastas Simone Biles e Rebeca Andrade, medalhistas em Paris-2024, para justificar a pressão excessiva que o Palmeiras sofre pelo desempenho vitorioso nos últimos anos.

“O Rony é criticado por torcedor, cobrado pelo treinador. Esperamos dele mais e melhor. Os jogadores não são máquinas, não são perfeitos, tem momentos que estão top e em momentos que estão em baixa. Até estava a falar da Simone Biles que foi campeã do mundo e precisou parar por problemas psicológicos. Voltou em grande forma. Vocês viram, não deu mínima hipótese para a Rebeca, que fez uma Olimpíada extraordinária. Mas o futebol é mesmo isso: há momentos que a equipe ajuda o jogador a puxar a sua forma, mas esperamos gols do Rony, é isso que queremos dos nossos centroavantes”, explicou Abel Ferreira, após o empate contra o Inter pelo Brasileirão.

“Temos tido uma boa eficácia defensiva, mas não a melhor ofensiva, quebra de confiança, questões emocionais a serem trabalhadas, o ritmo competitivo de alguns jogadores, portanto tem a ver com isso. Vamos olhar para os jogadores disponíveis, não tínhamos o Mayke, Estêvão, o Caio fez 90 minutos e sabemos quanto impacta no jogo seguinte. O Vanderlan acabou por aproveitar, ele gosta de uma linha de 3, foi bem no jogo. O Vitor tem sido importantíssimo na dinâmica defensiva, tem sido o nosso líder, tem feito jogos extraordinários. O Murilo voltou com ritmo. Puxamos o Veiga para dar mais criatividade, uma casa atrás, e o Maurício flutuar entrelinhas. O Lázaro enquanto teve energia fez um bom jogo”, acrescentou.

“Nós fizemos essa alteração na segunda parte, uma equipe mais aguda, furar a linha de 4 do adversário. Fizemos três gols e só um foi validado. Parabéns ao adversário que fez um golaço, temos que bater palmas e dar parabéns. Na segunda parte tivemos bem, criamos dinâmica”, concluiu.

Veja outras falas de Abel Ferreira:

Arbitragem: “Sobre esses assuntos vocês sabem. Eu tenho uma forma de protestar, não preciso vir na frente das câmeras reclamar, mas muitos clubes fazem e são beneficiados. Mas o Palmeiras não tem isso como política”.

Empate contra o Inter: “Sabíamos que estávamos em um mau momento. Ninguém aqui está acostumado, muito menos o treinador e os jogadores. Na nossa vida e no futebol não é só alegria, há frustrações. São nos momentos de frustrações que nós vemos quem nos apoia condicionalmente e quem nos apoia só de vez em quando. Todos somos um dentro do nosso clube, pelo menos dentro do CT todos somos um em todos os momentos. Falei com os jogadores nesse momento difícil, de derrotas, não de perda de títulos. Não conheço só equipe que vencem, só técnicos que ganham e só jogadores que jogam bem, nem famílias perfeitas. Chegou nosso momento de sofrer juntos”.

Propostas e lesões atrapalham desempenho do Palmeiras: “Para aqueles que não gostam do Palmeiras, já disse mais de uma vez que houveram saídas, entradas, momentos de adaptação. Alguns jogadores, infelizmente, baixaram de rendimento, alguns por questões emocionais. Esse foi um mês onde fomos fortemente castigados por interesses de clubes estrangeiros em nossos jogadores. Não há como. Propostas absurdas, salários absurdos. Mais que isso, tivemos uma quantidade de lesões nesse período que não tivemos em anos anteriores. Sabemos porque o Dudu não está em forma, precisa de ritmo, precisa jogar, jogos fora, jogos de pegada mais difícil, vem de uma lesão gravíssima. Tem o Estêvão que vinha em uma performance extraordinária, se recuperou e voltou a se lesionar. Murilo, Piquerez. Tivemos problemas no meio-campo com alguma mazelas no Veiga, que joga muitas vezes no sacrifício. O Zé [Rafael], com dor nas costas e problema físico no adutor. E o Mayke, que contamos, tem acontecido muita coisa ao mesmo tempo. A segunda parte ficou a imagem do que é a nossa equipe”.

Apoio da torcida neste momento adverso: “Enquanto treinador confio nos meus jogadores, nas lideranças, disse aos jogadores para terem cuidado porque o jornalismo oportunista vem nesses períodos. Nunca tive problema com nenhum jogador, porque falo olho nos olhos, falo quando gosto, não gosto, trato eles como a minha família. As coisas são feitas dentro do nosso grupo e dentro do nosso grupo está nossa força. Contamos com os 16 milhões de torcedores, é por eles que jogamos, por eles que vamos continuar a lutar por títulos ainda esse ano como temos feito. A vida como futebol é feita com alegrias, tristeza. Todo mundo gosta de ganhar no Palmeiras, mas ninguém gosta de ganhar mais do que eu. Para aqueles que estão distraídos, mau intencionados, oportunistas, para aqueles que querem ver e têm inveja do Palmeiras, são nesses períodos que temos que ver quem está do nosso lado, que são aqueles que querem continuar a pertencer e ajudar esse grupo a continuar a ganhar. A força tem de vir de dentro, todos somos um não é só nas vitórias. O treinador tem como função escolher os jogadores para jogar, quer gostem ou não, mas quem tem a informação toda sou eu. Não é jornalista, torcedor ou oportunista. A função do nosso diretor é ajudar na gestão do grupo, contratar jogadores e vender jogadores. Nossa presidente nem vale a pena falar. Ela é absolutamente extraordinária, tem mais coragem que muitos juntos. E a nossa torcida, os 16 milhões que temos, que na quarta nos ajudem do primeiro ao último segundo para buscar a vaga na próxima fase”.

O palmeirense está mal acostumado? “Eu lamento que os palmeirenses estejam mau habituados. muitas vitórias seguidas, não estão acostumados a perder. Mas como já disse, o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes. É só o meu trabalho. É onde faço o que posso com os recursos que tenho para dar alegria aos 16 milhões de torcedores do Palmeiras”.

Invasão da Mancha Verde ao CT do clube: “Os protestos a gente sabe quem são, vocês veem as caras, tá bem identificado. Entendo, estão frustrados, eu também estou, os jogadores também estão. O que posso prometer aos nossos torcedores é que vamos continuar nosso caminho para melhorar os nossos jogadores. Mas também deixe-me dizer: uma coisa é aquilo que a gente ouve, que escrevem, e outra é o que eu sinto na minha vida diária. Eu nunca, em nenhum país que estive, fui bem tratado, acarinhado, respeitado, como pela gente brasileira. Seja de que clube for, corintiano, são-paulino, flamenguistas, santistas. Sou mega competitivo, mas respeito meus adversários. É isso que eu exijo dos outros: respeito. Estou no Brasil há quatro anos, em 2011, já tinha CPF, é um país maravilhoso, tem pessoas maravilhosa, país com potencial extraordinário. Pena que a evolução, a ordem e progresso da bandeira é lenta. Todo santo jogo se canta o hino, pena que nós todos não respeitamos a bandeira brasileira, que não respeitem a ordem e o progressos que deveria ser cobrado como no futebol”.

FLAVIO LATIF / Folhapress

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