Rebeca bate Biles, leva ouro e vira maior medalhista da história do Brasil

Foto: Alexandre Loureiro/COB

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Rebeca Andrade recebeu na tarde francesa de segunda-feira (5) sua sexta –e talvez mais significativa– medalha olímpica. Campeã no solo, que fechou a programação da ginástica artística nos Jogos de Paris, isolou-se como a pessoa do Brasil que mais vezes subiu ao pódio do megaevento esportivo.

Para isso, derrotou a norte-americana Simone Biles, maior nome da modalidade em todos os tempos. Que ficou com a prata e, na premiação, ao lado da também norte-americana Jordan Chiles, bronze, fez um gesto de reverência à dona do ouro.

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A brasileira de 25 anos teve uma excelente apresentação na Arena Bercy e obteve pontuação 14.166, com dificuldade 5.900 e execução 8.266. Biles partiu de uma dificuldade bem maior, 6.900, mas teve uma execução problemática, que lhe rendeu 7.833 e penalização de 0.6, com um total de 14.133.

Uma jornada inesquecível, como a “Rebecca”, de Alfred Hitchcock. E teve suspense, com a definição do ouro após a revelação da última nota, de Chiles. Confirmado o resultado, Rebeca passou a ter no currículo olímpico duas medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze —superou Robert Scheidt e Torben Grael, da vela, com cinco pódios cada um.

Andrade havia obtido duas medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, realizados em 2021, com um ano de atraso por causa da pandemia de Covid-19. Foi ouro no solo e prata na disputa individual geral, porém sem a concorrência de Simone Biles, que desistiu dessas finais por questões de saúde mental.

Na França, a brasileira teve de duelar com o maior nome da história da ginástica, que voltou em alto nível e triunfou na competição por equipes, na individual geral e no salto. A paulista foi respectivamente bronze, prata e prata nesses torneios. No solo, conseguiu pela primeira vez em cenário olímpico superar a maior de todas.

Biles já havia afirmado, ao término da final individual geral, na última quinta-feira (1º), em tom reverente, que estava “cansada” de enfrentar Rebeca. Segundo a norte-americana –agora dona de 11 medalhas olímpicas, sete delas de ouro–, a guarulhense exigiu dela mais do que qualquer outra ao longo de sua carreira.

Na final do solo, a exigência de Rebeca foi alta demais. Segunda a ser chamada, teve uma apresentação sem erros e deixou a pista bastante satisfeita. Ela precisou colocar os óculos para enxergar no placar a pontuação que lhe foi atribuída e passou a esperar o desempenho das demais para saber qual seria sua colocação.

Uma a uma, as competidoras foram tentando ultrapassá-la, sem sucesso. Simone Biles até chegou perto, porém cometeu dois grandes erros em sua exibição, deixando a área de apresentação com os dois pés. A última chance de superar Rebeca era da também norte-americana Jordan Chiles, que vibrou com o bronze, mas também não ultrapassou a brasileira.

No pódio, em gesto bonito, Biles e Chiles se uniram em reverência à campeã.

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OS MAIORES MEDALHISTAS OLÍMPICOS DO BRASIL

6 medalhas

Rebeca Andrade (ginástica artística) – 2 ouros, 3 pratas e 1 bronze

5 medalhas

Robert Scheidt (vela) – 2 ouros, 2 pratas e 1 bronze

Torben Grael (vela) – 2 ouros, 1 pratas e 2 bronzes

4 medalhas

Serginho (vôlei) – 2 ouros e 2 pratas

Isaquias Queiroz (canoagem) – 1 ouro, 2 pratas e 1 bronze

Gustavo Borges (natação) – 2 pratas e 2 bronzes

3 medalhas

Marcelo Ferreira (vela) – 2 ouros e 1 bronze

Bruninho, Dante, Giba e Rodrigão (vôlei) – 1 ouro e 2 pratas

Ricardo e Emanuel (vôlei de praia) – 1 ouro, 1 prata e 1 bronze

Rodrigo Pessoa (hipismo), Fofão (vôlei) e Cesar Cielo (natação) – 1 ouro e 2 bronzes

Mayra Aguiar (judô) – 3 bronzes

MARCOSD GUEDES E JOSÉ HENRIQUE MARIANTE / Folhapress

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