Tati Weston-Webb perde por décimos final marcada por mar tímido

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A brasileira Tatiana Weston-Webb ficou com a medalha de prata em Teahupo’o, no Taiti, após ser derrotada pela americana Caroline Marks, campeã mundial, nesta segunda-feira (5). Essa é a terceira medalha do surfe brasileiro, que subiu aos três lugares do pódio em duas edições de Olimpíadas. Mais cedo, Gabriel Medina garantiu o bronze contra o peruano Alonso Correa. Em Tóquio-2020, Ítalo Ferreira levou o ouro.

A final, que inicialmente estava marcada para o último sábado (3) e foi adiada por más condições do mar, demorou a apresentar boas ondas. A primeira nota mais alta saiu apenas após 20 minutos de prova, com a americana tirando um 7.50. Na sequência, Weston-Webb fez uma onda de 5.83 pontos, mas Marks engatou uma nota 3.00 e aumentou sua somatória para 10.50.

A brasileira precisava de 4.68 para ultrapassar a adversária. Em um final emocionante, a poucos minutos do término, ela surfou a última onda, cuja nota só saiu após a buzina marcar o final do tempo. Tirou um 4.50 e ficou a 17 décimos do ouro.

Na decisão pelo bronze, a francesa Johanne Defay bateu Brisa Hennessy, da Costa Rica.

Tati disse ter ficado orgulhosa de si mesma. “Foi [um período de] bastante trabalho. Cometi uns erros na bateria, poderia pegar umas ondas melhores. Dessa vez não deu, mas para mim prata é um sucesso gigante”, disse, em entrevista ao Sportv. “Obrigada a todo mundo pela torcida.”

Nascida em Porto Alegre e criada no Havaí, a brasileira se acostumou com ondas grandes –em maio, também em Teahupo’o, tirou uma nota 10, o máximo que se pode alcançar.

Nas semifinais válidas pelas Olimpíadas, ela superou Hennessy, que havia eliminado a brasileira Luana Silva na fase anterior. Além de surfar as melhores ondas da bateria, Weston-Webb contou com uma desatenção da adversária, que foi punida por interferência em um momento da disputa em que a prioridade era da brasileira.

As duas surfistas partiram para a mesma onda, e Hennessy perdeu o direito de somar sua segunda melhor nota. Com isso, o máximo que poderia fazer seria um 10, a onda perfeita. A brasileira terminou com 13.66 contra 6.17 da surfista de Costa Rica.

Nas quartas de final, Weston-Webb superou a espanhola Nadia Erostarbe. Antes, havia derrotado a americana Caitlin Simmers –para quem tinha perdido ainda na primeira rodada– e a nicaraguense Candelaria Resano.

Já classificada para Paris-2024, Weston-Webb ficou com o vice-campeonato no ISA Games em março deste ano, resultado que deu ao Brasil mais uma vaga feminina no surfe olímpico. Luana Silva então se juntou a ela e a Tainá Hinckel para participar da disputa. Luana caiu nas quartas, e Thainá parou nas oitavas.

A final feminina foi a última prova do dia no Taiti. Antes de entrar na água pelo ouro, Weston-Webb viu Gabriel Medina conquistar o bronze. Na decisão, com mar um pouco melhor para surfar, o paulista de São Sebastião superou por 15.54 a 12.43 o peruano Alonso Correa, 26.

Na campanha até a semifinal, Medina, sem muita dificuldade, passou na primeira rodada por Connor O’Leary (Japão) e Bryan Perez (El Salvador); nas oitavas de final, por Kanoa Igarashi (Japão); e nas quartas de final, pelo compatriota João “Chumbinho” Chianca.

As ondas de Teahupo’o estão entre as preferidas de Medina, que viveu grandes momentos da carreira no Taiti. “Esse mar já me deu muita alegria. Infelizmente minha primeira bateria foi de poucas ondas, mas faz parte do esporte”, disse ele. “Foi um começo triste, mas um final feliz.”

Na categoria masculina, o ouro foi para o taitiano Kauli Vaast, que disputou as Olimpíadas pela França. O australiano Jack Robinson, algoz de Medina na semi, ficou com a prata.

BEATRIZ GATTI / Folhapress

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