Segurança viária: óbitos em vias urbanas caem 8% no semestre

João Lucas Dionisio
João Lucas Dionisio
Jornalista, pai, chefe de redação na Thathi Record e editor executivo do THMais.

Três vidas foram poupadas nas vias urbanas de Campinas no primeiro semestre de 2024. Foram 36 óbitos registrados entre janeiro e junho contra 39 computados no mesmo período de 2023, o que representa uma queda de 8%.

A queda no número de mortes no trânsito é ainda maior quando se considera o grupo de pedestres. Foram 11 óbitos neste ano e 16 no ano passado – cinco vidas poupadas e uma redução de 31%. Os dados compõem o Boletim Informativo de Óbitos no Trânsito, divulgado mensalmente pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec).

No mês de junho, foram registradas três mortes na malha urbana de Campinas. Entre as 36 vidas perdidas no semestre, 16 (44%) eram motociclistas, 11 (31%) eram pedestres, sete (19%) ocupantes de demais veículos e dois (6%) eram ciclistas. A variação nos números em relação ao boletim anterior é explicada por atualizações nas datas dos óbitos e correção dos municípios onde foram registrados.

Os motociclistas ou garupas seguem, portanto, como as principais vítimas no trânsito. Foram 16 vidas perdidas no semestre e 13 no ano passado – um aumento de 23%. Ocupantes de demais veículos somaram sete óbitos no semestre, uma alta de 17% em relação às seis mortes no mesmo período de 2023. Foram dois óbitos de ciclistas no período e quatro no ano passado: queda de 50%.

A tendência de alta nos óbitos, registrada no fechamento do último ano, é observada quando consideramos as vidas perdidas em vias urbanas e rodovias. Foram 83 mortes no semestre, número 8% maior do que os 77 óbitos registrados no mesmo período de 2023. O monitoramento aponta 43 mortes em rodovias e em quatro casos ainda não foi possível identificar o local da ocorrência.

Velocidade e John Boyd Dunlop lideram rankings de acidentalidade

No topo do ranking dos fatores de risco que motivaram os sinistros, a velocidade excessiva ou inadequada foi responsável por 40% (8) dos 20 óbitos analisados pelo Comitê Vida no Trânsito até o momento. O consumo de álcool responde por 15% das mortes analisadas, com três casos.

O boletim traz ainda o ranking de 50 pontos críticos – locais que apresentaram frequência e gravidade maior de sinistros de trânsito entre 2019 e junho deste ano. Com base no ranking, a Emdec identifica as áreas que demandam intervenções e planeja estratégias de redução dos óbitos e lesões graves no trânsito.

Cruzamentos da avenida John Boyd Dunlop (JBD) aparecem em quatro das cinco primeiras posições do ranking. Trata-se da avenida mais extensa de Campinas, com 15 km e 47 cruzamentos. Apesar de se manter no topo do ranking, a via, que recebeu a campanha de segurança viária “JBD: Morte Zero no Trânsito”, vem apresentando queda gradativa de 54% no número de vítimas fatais, passando de 13 mortes em 2021 para oito em 2022 e seis em 2023.

O Boletim Informativo de Óbitos no Trânsito está disponível, na íntegra, no site da Emdec e no endereço bit.ly/boletimobitosjunho .

Esforços para salvar vidas

Em fevereiro, Campinas lançou o Plano de Segurança Viária (PSV), que estabelece políticas públicas para a construção de deslocamentos mais seguros, sustentáveis e acessíveis e projeta salvar 903 vidas até 2032. Entre as ações já cumpridas estão: obras de geometria e sinalização nos eixos das avenidas John Boyd Dunlop e Ruy Rodriguez; ampliação da malha cicloviária (que alcançou mais de 115 km, sendo 14 km somente neste ano); o lançamento da campanha Desacelera, que alerta para as consequências do excesso de velocidade; lançamento de boletins mensais de acidentalidade que dão mais transparência aos dados e norteiam as ações preventivas; e diversos treinamentos focados em fiscalização voltados aos agentes da mobilidade urbana e forças de segurança.

Além disso, foram realizadas oficinas para a criação de um Programa de Priorização de Pedestres e Piloto em Entornos Escolares e houve a reconstituição do Observatório Municipal de Trânsito de Campinas, que terá reuniões quinzenais e será formado por representantes de secretarias municipais, concessionárias, órgãos de saúde e forças de segurança. A formação do Observatório envolve seis comitês, cinco alinhados aos eixos temáticos do PSV: mobilidade e vias seguras; fiscalização; dados e evidências; comunicação e educação; atendimento às vítimas; além do comitê de integração das ações no âmbito rodoviário.

A Emdec mantém ainda ações permanentes para ampliar a segurança viária no município. Entre janeiro e julho deste ano, foram realizadas mais de 220 ações educativas, que mobilizaram cerca de 52 mil pessoas. Para dissuadir comportamentos de risco, que podem resultar em mortes no trânsito, foram realizadas 83 operações integradas de fiscalização, em parceria com as forças de segurança, que resultaram em mais de 3,4 mil autuações. Entre os esforços para garantir deslocamentos mais seguros para todos, foram sinalizados cerca de 126,1 mil metros quadrados de vias, 3,7 mil placas e 268 rampas de acessibilidade foram implantadas.

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