Secretaria de Saúde confirma mais seis mortes por dengue e total chega a 54

João Lucas Dionisio
João Lucas Dionisio
Jornalista, pai, chefe de redação na Thathi Record e editor executivo do THMais.
Crédito: Rogério Capela
Crédito: Rogério Capela

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na tarde desta terça-feira, 6 de agosto, mais seis mortes por dengue na cidade. Com isso, o total chega a 54 neste ano.

Os novos registros de mortes ocorreram em maio. A Pasta lamenta e se solidariza com as famílias. O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e fatores individuais do paciente, como possíveis doenças preexistentes. Não há relação direta com a oscilação de casos, embora o Município registre, desde a primeira quinzena de maio, redução da transmissão da doença principalmente em virtude da diminuição das temperaturas.

Assim como em todas as situações de casos registrados, medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as pessoas que morreram: controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. A Secretaria de Saúde confirmou 117.383 casos de dengue no período entre 1º de janeiro e segunda-feira, 5 de agosto.


Perfil dos óbitos

Os novos óbitos ocorreram entre 15 e 29 de maio: 
 

  • Sexo masculino, 60 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Boa Vista. Ele teve início dos sintomas em 25 de maio e o óbito ocorreu no dia 29 do mesmo mês.
  • Sexo feminino, 69 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS Itajaí. Ela teve início dos sintomas em 20 de maio e o óbito ocorreu no dia 28 do mesmo mês.
  • Sexo feminino, 77 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS Esmeraldina. Ela teve início dos sintomas em 26 de maio e o óbito ocorreu no dia 27 do mesmo mês.
  • Sexo feminino, 85 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS Santa Odila. Ela teve início dos sintomas em 14 de maio e o óbito ocorreu no dia 23 do mesmo mês.
  • Sexo feminino, 88 anos, com comorbidades. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Capivari. Ela teve início dos sintomas em 23 de abril e o óbito ocorreu em 15 de maio.
  • Sexo feminino, 85 anos, com comorbidades. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Santa Lúcia. Ela teve início dos sintomas em 23 de abril e o óbito ocorreu em 20 de maio.



Situação atual

A Secretaria de Saúde reitera o alerta feito desde 2023 com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados. Os cuidados devem ser mantidos no inverno.

“Os ovos dos mosquitos podem resistir por meses no ambiente, reforçando a importância do descarte adequado de todo material em desuso que possa conter ovos e acumular água. Separe dez minutinhos por semana, isso faz toda a diferença”, ressaltou o coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto.

O Município declarou fim do estado de emergência para dengue em 14 de junho, mas permanece em epidemia. Com isso, as medidas de prevenção e combate à dengue devem ser contínuas e realizadas o ano todo pela população, inclusive durante o inverno.

O pico de transmissão da dengue neste ano ocorreu no período entre 7 e 13 de abril.


Contexto nacional

A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas apesar da série de esforços da Administração para combater a doença e aprimorar a assistência em saúde: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor entre outubro e início de maio.


Assistência em saúde

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.


O que já foi feito

Em 2023, um estudo da Secretaria de Saúde mostrou que a cidade viveria uma nova epidemia de dengue. Por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença. Muitas delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.

Desde dezembro do ano passado foram reforçados os estoques dos principais insumos usados no tratamento da dengue para garantir o atendimento dos pacientes da rede municipal de saúde. A administração divulgou uma projeção de pelo menos 100 mil casos da doença em 2024. 

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento. Até 24 de julho, 45.383 pacientes foram acompanhados. Do total, 15.117 foram reencaminhados aos serviços de saúde. 

A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.

Já a Secretaria de Serviços Públicos intensificou o trabalho de coleta de lixo e entulhos e, com isso, passou a recolher 4 mil toneladas a mais de resíduos urbanos por mês.

Durante o período de emergência, a Saúde abriu centros de saúde que não funcionavam aos finais de semana para ampliar o atendimento dos pacientes.


Ações em números – (atualização até 29/7)

  • Controle de criadouros: 1.001.131
  • Nebulização: cobertura de 160.421 imóveis
  • Chatbot: monitoramento de 45.383 pacientes

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