RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Pressionada por gasolina e passagem aérea, a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou a 0,38% em julho, apontou nesta sexta-feira (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice havia sido de 0,21% em junho.
A alta de 0,38% ficou acima da mediana das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 0,35%.
Com o novo resultado, o IPCA passou a acumular inflação de 4,5% em 12 meses, segundo o IBGE. É justamente o teto da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) no acumulado até dezembro. Nesse recorte, a alta dos preços era de 4,23% até junho.
O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3% neste ano. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Isso significa que a meta será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) em 12 meses até dezembro.
Analistas do mercado financeiro projetam inflação de 4,12% no acumulado deste ano, conforme a mediana das estimativas do boletim Focus mais recente, divulgado pelo BC na segunda (5). A previsão subiu pela terceira semana consecutiva, mas seguiu abaixo do teto de 2024.
O aumento das expectativas ocorre em um contexto de dólar mais alto, incertezas fiscais no Brasil e pressão de preços no atacado. Analistas também enxergam desafios para a trégua da inflação de serviços com o mercado de trabalho ainda aquecido.
Em ata publicada na terça (6), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC subiu o tom e afirmou que pode aumentar a taxa básica de juros, a Selic, se achar a medida necessária para assegurar a convergência da inflação à meta.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na quinta (8) que está otimista em relação à economia brasileira, “apesar da crise que o dólar vem causando no mundo inteiro”.
Na avaliação do petista, que já fez uma série de críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, a inflação está “totalmente equilibrada”.
LEONARDO VIECELI / Folhapress