Lorena sonha com ouro olímpico para coroar sua maior realização profissional

MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – A partida que definiu a vida de Lorena e a tornou goleira valia somente um refrigerante. Agora, o jogo que pode marcar sua carreira internacionalmente vale a conquista de um ouro olímpico pela seleção brasileira.

Neste sábado (10), às 12h (de Brasília), no Parc des Princes, o Brasil ganha uma nova chance de celebrar uma felicidade há muito tempo suprimida. Na decisão do futebol feminino em Paris, a seleção pode enfim alcançar o ouro, medalha que escapou em Atenas-2004 e Pequim-2008 –nas duas decisões, assim como agora, a final foi disputada contra a seleção dos Estados Unidos.

Uma renovação quase completa do elenco brasileiro aconteceu durante esse período e somente Marta, a eterna camisa 10 e capitã, permanece. A alagoana, no entanto, ficou fora dos dois jogos mais recentes e o protagonismo foi dividido entre defesa, meio e ataque. A goleira Lorena, por exemplo, elevou ainda mais a sua performance e foi decisiva nas partidas contra França e Espanha, adversários antes considerados mais fortes do que o Brasil.

Contra as anfitriãs, Lorena pegou um pênalti, assim como já tinha feito contra o Japão na fase de grupos. Ela também dificultou ao máximo a vida das espanholas, as favoritas na busca pelo ouro olímpico. Aos 27 anos, a goleira é parte desse ciclo de renovação da seleção brasileira e disputa somente sua terceira competição com o Brasil. Ele representou o país na Copa América de 2022, quando não sofreu gols, e na SheBelievesCup, em abril deste ano.

Lorena era cotada para ser a goleira titular na Copa do Mundo do ano passado, mas uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo a tirou dos gramados por 11 meses –ela voltou a jogar em fevereiro deste ano por seu clube, o Grêmio, e pela seleção brasileira no mês seguinte, como reserva.

“A minha ficha não caiu, para ser sincera. Parece que estou vivendo um sonho. Sempre sonhei com esses momentos, de estar disputando grandes campeonatos pela seleção. Agora é comemorar muito, porque a gente fez um baita jogo, e se preparar para entregar tudo de novo na final, que será também uma grande partida”, comemorou.

Lorena conheceu o esporte brincando na rua, entre meninos, em Itupeva, interior de São Paulo. Desde criança, ela já sonhava em defender a seleção brasileira em competições. À época, a goleira atuava na zaga e se aventurava no ataque. Num torneio de crianças, em que o prêmio era somente um refrigerante, a mãe do goleiro do time não levou o filho para a disputa da final e Lorena assumiu o posto. Dali em diante, pegou gosto.

Seu primeiro clube foi o Bangu, quando tinha 14 anos. Ela passou por Centro Olímpico e Sport antes de chegar ao Grêmio, em 2019. São seis temporadas no tricolor gaúcho, com a conquista de um estadual no período. Lorena tem 28 partidas pela seleção e 24 gols sofridos.

Ironicamente, um escritor norte-americano é quem pode definir melhor a sensação da brasileira no caso da conquista do ouro. Em ‘Paris é uma festa’, Ernest Hemingway afirma que a lembrança da cidade é algo que marca para sempre.

“Se você quando jovem teve a sorte de viver em Paris, então a lembrança o acompanhará pelo resto da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa ambulante.”

A festa, por outro lado, transbordará de Paris para o Brasil inteiro.

JOSUÉ SEIXAS / Folhapress

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