SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No vôlei de praia, geralmente as parcerias se dividem em um especialista em ataque e bloqueio, quase sempre mais alto, e um de defesa.
Não é diferente com a dupla campeã olímpica, a mineira Ana Patrícia, 26, com seu 1,94 m, e a sergipana Duda, 26, que tem 1,80 m.
Em uma decisão de muito equilíbrio, com o primeiro set vencido pelas brasileiras (26/24) e o segundo pelas canadenses Melissa e Brandie (21/12), no terceiro, que definiria as campeãs olímpicas de Paris-2024, Duda se agigantou na defesa.
Em um set mais curto que os anteriores, que terminou 15 a 10, ela fez sete defesas, que propiciaram à dupla contra-atacar e marcar pontos.
Esse número corresponde à metade das vezes que as canadenses executaram ataques para dentro da quadra -outros três foram para fora.
Essa performance da “baixinha” da dupla nacional ganha visibilidade e importância quando é feita a comparação com o resto da partida.
No primeiro set inteiro, o número de defesas das brasileiras foi seis, três de Duda, três de Ana Patrícia. No segundo, exatamente o mesmo.
Ou seja, sozinha, Duda superou no terceiro set (no qual Ana Patrícia não fez defesas) o que as duas conseguiram juntas em cada uma das parciais anteriores.
Além disso, ela teve no ataque uma atuação tão boa quanto à da parceira. Duda e Ana Patrícia fizeram no jogo exatamente o mesmo número de pontos em tentativas com a bola em jogo: 20.
Os demais pontos delas na final saíram de saque (um, de Duda), bloqueio (três, de Ana Patrícia) e de erros das canadenses (nove).
LUÍS CURRO / Folhapress