Em Penápolis (SP), começou na segunda-feira (12) o julgamento de Cristian Gomes da Silva e Jennifer Raphaely Pereira das Neves, pais de uma bebê de um ano que foi levada morta ao pronto-socorro com sinais de violência. A audiência, que teve início às 9h30 e se estendeu por quase dez horas, foi suspensa e retomada nesta terça-feira (13), com a apresentação das sustentações orais pelo Ministério Público e pela defesa.
A bebê Mirella Fernandes chegou ao pronto-socorro em fevereiro de 2022 com rigidez cadavérica, múltiplas marcas roxas e sinais de dilaceração no ânus, indicando violência extrema. A médica que recebeu a criança acionou a Polícia Militar após questionar a versão fornecida pela mãe sobre a causa da morte. Laudos subsequentes confirmaram hemorragia interna aguda, trauma abdominal e laceração no fígado, mas descartaram violência sexual.
Cristian Gomes da Silva está sendo julgado por homicídio triplamente qualificado, devido a motivos torpes e fúteis, além de utilizar um recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A acusação pode resultar em uma pena mais severa, já que o crime envolveu uma criança menor de 14 anos. Jennifer Raphaely Pereira das Neves enfrenta acusação de homicídio duplamente qualificado, sendo considerada omissa por não evitar o crime.
O casal teve a prisão temporária convertida em preventiva, com a defesa alegando que a morte de Mirella ocorreu após uma queda de um cercadinho. No entanto, a promotoria e a polícia descartaram a versão inicial e identificaram sinais claros de abuso.
No contexto do caso, a Prefeitura de Penápolis também tomou medidas contra conselheiros tutelares envolvidos no atendimento ao caso. Dois funcionários e um suplente foram afastados, enquanto três receberam advertência por escrito e não terão salário durante o período. Esta ação é descrita como uma “punição educativa” para abordar falhas na conduta dos conselheiros.