SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Todos os 62 corpos de vítimas da queda do voo 2283 da Voepass foram identificados. Desses, 41 já foram liberados aos familiares, que são os primeiros a serem comunicados sobre o andamento do trabalho de reconhecimento.
O anúncio foi feito na manhã desta quinta (15), em coletiva de imprensa na superintendência da Polícia Técnico-Científica, na zona oeste da capital paulista.
O avião comercial com 62 pessoas a bordo caiu em uma área residencial de Vinhedo, no interior de São Paulo no início da tarde de sexta-feira (9). Ninguém sobreviveu.
A unidade central do IML (Instituto Médico Legal) trabalhou exclusivamente na identificação dos corpos das vítimas do acidente.
Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação dos corpos das vítimas do acidente aéreo, com apoio de equipes do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt).
GRAVAÇÃO DA CAIXA-PRETA DA VOEPASS MOSTRA GRITOS
A caixa-preta do avião ATR-72, que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), gravou gritos e também o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva falando em dar potência à aeronave.
Essas informações foram divulgadas nesta quarta-feira (14) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que afirma ter falado com investigadores que tiveram acesso às gravações da caixa-preta. No total, há cerca de duas horas de transcrições das conversas dentro do avião, feitas pelo laboratório de leitura e análise de dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção a Acidentes Aéreos), responsável pelas investigações.
Segundo o Jornal Nacional, os investigadores informaram que a aeronave perdeu altitude de forma repentina e avaliaram que a análise do áudio da cabine não é capaz de determinar a causa da queda.
Pela transcrição, o copiloto percebeu que o avião estava perdendo altitude e perguntou o que estava acontecendo. Na sequência, ele disse que era preciso “dar potência”, uma forma de fazer a aeronave evitar a queda.
Ainda de acordo com a reportagem, um minuto teria se passado desde que a perda de altitude foi constatada até o choque do avião no solo. A gravação mostrou gritos e um grande estrondo naquele momento. Segundo o Cenipa, durante o tempo da queda a tripulação tentou encontrar formas de reagir, o que não foi possível.
A investigação ainda prossegue e o laudo deve sair em 30 dias. De acordo com os investigadores, foi difícil decifrar os áudios por causa do barulho na cabine, provocado pelas hélices do avião, que ficam na parte de cima da fuselagem.
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress