Trindade, Roque ou Silva?

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Foto: Reprodução

André Trindade, Jorge Roque e Ricardo Silva despontam como os principais protagonistas desta eleição. Enquanto Jorge Roque, candidato do Partido dos Trabalhadores, parece não se preocupar com a classe bolsonarista — um público com pouca aderência ao PT —, seus concorrentes André Trindade e Ricardo Silva se dedicam a conquistar esse ou parte desse eleitorado e a adentrar na chamada “bolha da extrema direita”.

Roque baseia sua estratégia em três pilares para chegar à frente do candidato do União Brasil e disputar o segundo turno com Ricardo Silva.

O primeiro deles consiste em unir a base de seu partido, contando com nomes históricos e novas lideranças internas, além de candidatos a vereadores cujos projetos são incorporados ao seu plano de governo, construído de forma coletiva e mais aberto à participação da sociedade civil e empresários, o que é um diferencial em relação a partidos mais tradicionais. 

O segundo pilar destaca sua atuação empresarial, que tem despertado interesse e aproximações de empresários. Por fim, o terceiro direciona sua campanha à militância de rua do PT, com discurso focado na valorização do trabalho, geração de empregos e bem-estar social, afastando-se de discussões ideológicas que não se adequam ao contexto municipal.

Por sua vez, André Trindade possui a vantagem de contar com o apoio da máquina pública, o que certamente irá impulsionar sua campanha, ainda que esteja sujeito a críticas e desgastes por sua ligação com o prefeito e o governo, que enfrenta queda de avaliação, além de seu histórico controverso como Líder do Governo na Câmara Municipal, votando a favor de interesses da ProUrbano e do aumento de cadeiras legislativas para 27, o que o bolsonarismo de Ribeirão Preto foi contra. 

As questões relacionadas à falta de planejamento na execução de obras e a impopularidade de algumas ações do Governo Nogueira, como o Palácio Administrativo do Educandário, podem prejudicar sua imagem junto à população. 

A incógnita sobre seu capital político, aliada ao desafio de contar com o apoio do prefeito, são aspectos que requerem atenção. Outro ponto de atenção na campanha de Trindade é o PSDB e os votos de indecisos concentrados no bolsonarismo que não se alinha à sigla.

Enquanto isso, Ricardo Silva desponta como favorito nas pesquisas, mas sua alta taxa de rejeição e a possibilidade de ter atingido o teto de crescimento podem impactar sua performance no primeiro turno. Sua trajetória política, envolvendo partidos de esquerda como PDT e PSB, pode gerar resistência entre eleitores bolsonaristas, que prezam por um histórico político alinhado com suas convicções. A presença de figuras como Suely Vilela e Ramon Faustino em seu palanque também pode influenciar a percepção dos eleitores bolsonaristas com alta taxa de indecisos.

A tendência de voto de protesto pelo bolsonarismo raiz é grande contra partidos tradicionais, alinhados a legendas como PSDB, PSD, PSB, PDT, PT e PSOL, e é um ponto de atenção nos grupos de direita. O eleitorado bolsonarista tende a favorecer candidaturas independentes ou de partidos menos consolidados, como o NOVO e o AGIR, que até hoje não pontuaram mais que a margem de erro nas pesquisas. A dinâmica eleitoral atual sugere um cenário de incertezas e desafios para todos os candidatos, que precisarão navegar com habilidade e estratégia para conquistar a confiança dos eleitores e garantir seu espaço no segundo turno.

Por Ângelo Lopes 

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do THMais