Mais de cinco anos se passaram, mas pouca coisa mudou para o cão Caramelo. O pet aguarda pela tutora na porta da unidade de saúde em que sua companheira foi atendida antes da evolução à óbito, em Guariba, na região de Ribeirão Preto. O tempo corre, mas o cão segue em esperança e aguarda.
Letícia Dante é recepcionista e trabalha na unidade de saúde em questão. A profissional conta que a tutora do animal faleceu antes mesmo da pandemia da Covid-19, mas o animal nunca deixou de esperar pela melhor amiga nas proximidades do hospital.
A recepcionista relata que familiares da falecida tentaram resgatar o pet, mas o animal acaba fugindo e retornando à unidade de saúde para aguardar em paciência pela mulher, já enterrada.
“De imediato, ninguém imaginou que ele (pet) poderia passar tanto tempo assim no hospital, mas ele foi ficando e virou xodó de todo mundo. E ele fica aguardando na porta do hospital. Às vezes, a gente ainda pega ele olhando fixamente para os corredores, aguardando alguma coisa”, disse Letícia, em entrevista ao programa Thathi Cidade.
Em fala contínua, Letícia apresenta outra característica do fiel companheiro. O cão segue o carro funerário, acompanha o cortejo ao necrotério e neste modo os dias correm. “Eu já até filmei isso. Ele quer ver quem é. Ele faz questão de acompanhar todas as vezes”, disse.
Ainda de acordo com Letícia, outros cães já fizeram morada no hospital, mas logo encontram um lar temporário. O vira-lata, apelidado carinhosamente por Caramelo pelos funcionários, entretanto, não aceita qualquer nova família e retorna após fuga.
“Já chegamos a conclusão que ele vai esperar até a morte”, diz Letícia. Os profissionais fornecem alimento e água ao Caramelo, além de cuidados veterinários e outras necessidades.
Clique aqui e assista a entrevista na íntegra.
História de filme
Sempre ao Seu Lado, 2009. O filme baseado em história real retrata a vida de um professor universitário que adota um cão da raça Akita, encontrado perdido em uma estação de trem.
O cão, chamado Hachi, desenvolve um vínculo tão profundo com o professor que o acompanha diariamente até a estação quando ele sai para trabalhar e o espera na mesma estação pelo seu retorno do serviço.
Após a morte repentina do professor durante uma aula, Hachi continua a esperar fielmente pela volta do seu dono, na esperança de reencontrá-lo, durante anos.
O filme é uma adaptação americana do filme japonês “Hachikō Monogatari” (1987), que narra a verdadeira história do cão Akita chamado Hachikō, que viveu no Japão de 1923 a 1935.
Hachikō esperou continuamente por seu dono na Estação de Shibuya, em Tóquio, até a sua própria morte, em um exemplo tocante de lealdade e devoção.