FAB transporta mais 12 corpos de vítimas do voo 2283 da Voepass para Cascavel

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A FAB (Força Aérea Brasileira) realizou nesta nesta sexta-feira (16) mais um voo para Cascavel, no Paraná, com corpos de vítimas da queda do avião da Voepass.

Segundo a Prefeitura de Cascavel, os corpos de 12 vítimas serão levados para a cidade pela FAB.

O translado foi feito com a aeronave C-105 Amazonas, que decolou 10h da Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, e chegou às 12h30 em Cascavel.

Todas as vítimas foram identificadas pelo IML (Instituto Médico Legal) e 51 corpos já foram liberados para as famílias para velório e sepultamento.

O avião comercial com 62 pessoas a bordo caiu em uma área residencial de Vinhedo, no interior de São Paulo no início da tarde de sexta-feira (9). Ninguém sobreviveu.

Segundo a polícia, cerca de 40 vítimas foram identificadas por digitais. Em alguns casos teve duas ou três confirmações combinadas, como digitais, odontologia e outras características, como próteses, compleição física ou outras características. Ainda há exames em curso, por isso o número exato ainda não está disponível.

Claudinei Salomão, superintendente da polícia técnico-científica do estado explicou que todos as vítimas foram identificadas por meio de exames papiloscópicos e antropológicos. Por isso, não houve a necessidade de exame de DNA, que leva mais tempo para ter resultado.

A equipe do IML explicou que grande parte das vítimas estava com as mãos preservadas, inclusive os poucos que estavam carbonizados, e que isso ajudou muito no processo de identificação.

A unidade central do IML trabalhou exclusivamente na identificação dos corpos das vítimas do acidente.

Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação dos corpos das vítimas do acidente aéreo, com apoio de equipes do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt).

GRAVAÇÃO DA CAIXA-PRETA DA VOEPASS MOSTRA GRITOS

A caixa-preta do avião ATR-72, que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), gravou gritos e também o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva falando em dar potência à aeronave.

Essas informações foram divulgadas nesta quarta-feira (14) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que afirma ter falado com investigadores que tiveram acesso às gravações da caixa-preta. No total, há cerca de duas horas de transcrições das conversas dentro do avião, feitas pelo laboratório de leitura e análise de dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção a Acidentes Aéreos), responsável pelas investigações.

Segundo o Jornal Nacional, os investigadores informaram que a aeronave perdeu altitude de forma repentina e avaliaram que a análise do áudio da cabine não é capaz de determinar a causa da queda.

Pela transcrição, o copiloto percebeu que o avião estava perdendo altitude e perguntou o que estava acontecendo. Na sequência, ele disse que era preciso “dar potência”, uma forma de fazer a aeronave evitar a queda.

Ainda de acordo com a reportagem, um minuto teria se passado desde que a perda de altitude foi constatada até o choque do avião no solo. A gravação mostrou gritos e um grande estrondo naquele momento. Segundo o Cenipa, durante o tempo da queda a tripulação tentou encontrar formas de reagir, o que não foi possível.

A investigação ainda prossegue e o laudo deve sair em 30 dias. De acordo com os investigadores, foi difícil decifrar os áudios por causa do barulho na cabine, provocado pelas hélices do avião, que ficam na parte de cima da fuselagem.

FRANCISCO LIMA NETA / Folhapress

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