Jorge & Mateus ecoa U2 e Coldplay com sertanejo cheio de guitarra em Barretos

BARRETOS, SP (FOLHAPRESS) – Com quase 20 anos de carreira, Jorge & Mateus chegaram à 69ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro, em Barretos, como uma das principais atrações do evento. A dupla tocou na madrugada deste domingo (18), no festival que acontece até o próximo fim de semana no interior de São Paulo.

Foi um desfile de hits de uma dupla que vive hoje um momento de maturidade, com anos consecutivos de sucesso nacional. De 2007 a 2024, a sensação é a de que eles estiveram sempre lá, mesmo para quem só teve contato com sua música por meio de suas canções, que tocaram —e muito— no rádio.

Uma das grandes duplas do sertanejo universitário, eles se graduaram no estilo e se tornaram um dos artistas mais ouvidos do Brasil. Nesse segmento, têm carreira paralela às de Gusttavo Lima e Luan Santana.

Jorge & Mateus foram a trilha para namoros, términos e a solteirice de muita gente em Barretos. Mesmo sem soar como música de fossa, a dupla tem uma canção com um comentário, mais sentimental ou bem-humorado, para cada um dos mais específicos momentos de uma vida amorosa.

É assim desde que eles despontaram há 17 anos, com um álbum já clássico no sertanejo que ainda hoje tem tração. Da produção até 2010, a dupla tocou mais de dez músicas —incluindo “Fogueira”, “Pode Chorar”, “Voa Beija-Flor” e “Amo Noite e Dia”.

Nessa época, e ainda hoje quando tocam essas músicas, Jorge e Mateus soam quase como se tivessem saído de algum volume do “Acústico MTV” de rock da virada dos anos 1990 para os 2000. Isso em termos de instrumental, porque a primeira voz de Jorge sempre soou alinhada à tradição romântica sertaneja.

Não é por acaso que eles tocaram “Amor Pra Recomeçar”, um pop rock ao violão de Frejat, depois da sequência de “Onde Haja Sol” e “Mistério”. Mas a principal relação com o rock é mesmo a guitarra de Mateus. Atração à parte do show, soa bem com o acordeão e traz timbres diferentes ao som da dupla.

Além dos arranjos mais trabalhados do que a média na guitarra no sertanejo, ele marca sua presença pelo instrumento mais até do que pela segunda voz. Em “Todo Seu” e “Vou Voando”, faz a dupla soar como o U2 —na verdade, toda sua abordagem da guitarra parece influenciada por The Edge, que comanda o instrumento na banda irlandesa.

Essa influência do rock de estádio, muito presente na produção da dupla na última década, soa adequada em Barretos. A arena de rodeios cantou em coro, com mais ou menos intensidade, durante o show todo. O ápice foi no final, com “A Hora é Agora”. O sucesso soa como o Coldplay das turnês recentes, com uma mensagem hippie pedindo, literalmente, paz e amor. A arena, como esperado, veio abaixo.

LUCAS BRÊDA / Folhapress

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