SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pedro Cardoso veio a público questionar as homenagens que vêm sendo feitas a Delfim Netto, morto no dia 12, e Silvio Santos, morto no último sábado (17). Para o ator, mais conhecido por seu papel como o Agostinho Carrara de “A Grande Família”, os dois são abusadores do Brasil que serviram à ditadura militar.
“Eu nada teria a dizer sobre eles. Suas atuações públicas dizem antes; são degradantes. Os dois serviram à ditadura militar torturadora de 1961, 1964, 1968. A ditadura que assassinou pessoas que a ela se opunham, como todas as ditaduras o fazem”, escreveu o ator em seu Instagram.
Cardoso afirma que a dor dos familiares dos dois precisa ser respeitada, mas que não é possível ficar quieto vendo a morte de Netto e Silvio os redimir. Criticou celebridades que se diziam lutar pela democracia em oposição ao bolsonarismo, mas que agora enaltecem o economista e o apresentador.
“A verdade tem que ser dita. Silvio e Delfim foram empregados da ditadura militar. Enriqueceram porque serviram a ela; e jamais por conta de possuírem dotes intelectuais excepcionais. Talvez os tivessem, mas o que os fez ricos e poderosos não foram suas qualidades, mas os seus defeitos, suas fraquezas éticas!”, continuou.
“Deixar que soe elogio póstumo a eles sem resistir contribuiria para que os servidores das ambições ditatoriais de hoje possam ser tomados também por pessoas benéficas para o Brasil”, justificou.
O ator ainda desferiu críticas a Elon Musk, que ele diz trabalhar “pelo mesmo mundo autoritário que trabalharam um e outro”. “Elon, outro soldado do autoritarismo, revoltadinho com a soberania brasileira do STF, faz teatro de que se vai. Já iria tarde, se fosse”, escreveu, em referência à saída do X, rede social que pertence ao empresário, do Brasil.
Silvio Santos, morto aos 93 anos, tinha como política manter uma boa relação com todos os governos, e mandou o SBT exibir mensagens de cunho patriótico durante a ditadura militar, como o “ame-o ou deixe-o”, popularizada durante o governo de Emílio Garrastazu Médici. Delfim Netto, por sua vez, comandou a economia brasileira como ministro da Fazenda durante 13 dos 21 anos da ditadura militar.
Redação / Folhapress