BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Um incêndio que atinge desde o último domingo (18) o Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais, mobiliza agentes do Corpo de Bombeiros e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Nesta terça (20), 19 bombeiros e 40 brigadistas do ICMBio e voluntários atuam no combate às chamas, que atingem uma área estimada de 478 hectares.
Distante cerca de cem quilômetros de Belo Horizonte, o parque nacional tem uma área total de 33.800 hectares, e sua visitação está suspensa desde segunda (19).
Ele foi criado em 1984, nos municípios de Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro. O bioma predominante no local é o Cerrado, e a topografia acidentada e a grande quantidade de nascentes formam diversos rios, cachoeiras, cânions e cavernas.
De acordo com o ICMBio, o incêndio foi causado por ação humana, já que o uso de fogo no atual período de estiagem é proibido.
O órgão ainda afirma que múltiplos focos de incêndio foram localizados próximos ao km 120 da rodovia MG-010 e se espalharam ao longo da Serra do Espinhaço, inclusive em unidades de conservação como a APA (Área de Proteção Ambiental) Morro da Pedreira.
Os bombeiros afirmaram que conseguiram conter as chamas que avançavam em direção à Santana do Riacho e às comunidades de Serra Morena e Mãe Dágua.
O tempo seco que predomina no estado favorece a ocorrência de focos de calor e dificulta o controle das chamas. Foram 17.341 registros de incêndios em vegetações até agosto deste ano, mais que o contabilizado em todo o ano de 2023 (17.135), de acordo com os bombeiros.
Apenas na capital mineira e na região metropolitana, são mais de 120 dias sem chuva, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Além da Serra do Cipó, os bombeiros também atuam no combate a incêndios florestais em 7 das 95 unidades de conservação no estado: nos monumentos naturais Serra da Moeda, Peter Lund e Itatiaia, nos parques estaduais Serra do Brigadeiro e Serra do Papagaio, na APA Sul, em Nova Lima, região metropolitana de BH, e no refúgio de vida silvestre da Serra de São Jose. A corporação disse que não há a orientação para que as pessoas deixem suas casas.
Na Serra da Moeda, distante 50 quilômetros de Belo Horizonte, o segundo dia de operação contou com 32 combatentes.
ARTUR BÚRIGO / Folhapress