Alunos da UFRJ expulsam professor de campus sob acusação de transfobia e capacitismo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Estudantes da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) expulsaram um professor das dependências da instituição durante um protesto na segunda-feira (26). O grupo acusa Ricardo Cabral de emitir opiniões transfóbicas e capacitistas durante as aulas.

Procurada, a universidade afirma ter afastado o docente e encontrado um substituto. A reitoria afirma que “o caso será apurado e se, formalmente, forem constatadas informações sobre conduta inadequada do professor, será aberto um procedimento administrativo e ele terá direito a ampla defesa”.

Cabral não foi encontrado pela reportagem, que tentou contato por telefone e mensagem. Não havia registro de queixa contra a conduta dele em classe até esta semana. Há apenas uma reclamação o citando, de 2017, em que um aluno contestou uma nota.

A UFRJ diz repudiar todas as formas de discriminação e defender o respeito mútuo entre docentes e discentes no ambiente da academia.

Era início da tarde quando dezenas de estudantes de ciências sociais, história, direito e psicologia se juntaram em protesto pelo afastamento do professor de suas aulas no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, na região central do Rio de Janeiro.

Cabral estava no local e foi confrontado pelos manifestantes, que o escoltaram para fora da unidade aos gritos de “racistas, machistas, não passarão”.

De acordo com os alunos, na semana passada o professor teria sido “extremamente transfóbico e capacitista numa aula com calouros de ciências sociais, humilhando e assediando moralmente estudantes que divulgavam uma mesa de debate sobre cotas para pessoas trans em universidades”.

Cabral -contratado pelo Instituto de Psicologia e responsável pela disciplina de psicologia em ciências sociais- teria, segundo os estudantes, interrompido o debate para dizer que trans não existem, sendo esse somente um conceito político.

Além disso, ainda de acordo com os estudantes, ele teria constrangido uma aluno autista ao questionar, em frente a toda a turma, se ela tinha certeza da sua condição.

Cabral é professor da UFRJ há mais de 20 anos. O DCE (Diretório Central dos Estudantes) da instituição diz haver pedidos de exoneração do profissional desde 2002, mas a universidade nega a informação.

BRUNO LUCCA / Folhapress

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