PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Bartolomeu da Silva Chaves abriu a quarta-feira (4) na pista do Stade de France com uma medalha de prata para o Brasil, nos 400 m, categoria T37 (atletas com paralisia cerebral), nas Paralimpíadas de Paris.
Passarinho, como é chamado, foi ultrapassado no final pelo russo Andrei Vdovin, que já tinha o recorde mundial e marcou 50s27. O brasileiro chegou caindo após o esforço, com o tempo de 50s39 (quebrando seu recorde pessoal). Com uma arrancada nos 50 metros finais, o tunisiano Amen Tissaoui ameaçou a posição de Bartolomeu, mas terminou com o bronze, com 50s50.
O brasileiro superou uma inflamação na parte de trás do joelho, que o incomoda desde a reta final da preparação no Brasil. “Estava muito inflamado. Se eu treinei seis vezes desde que cheguei aqui [na França], foi muito”, avisou. “Não estou sentindo dor agora porque estou tomando anti-inflamatórios.”
Só o tempo da classificação lhe deu a confiança de que poderia subir ao pódio. “Falaram que bati a minha marca pessoal e não acreditei.”
Sobre a chegada emocionante, Passarinho avisou que se jogou para não perder o segundo lugar. “Senti [o tunisiano] muito perto. Foi mais uma chegada da prata do que para pegar o ouro, porque eu estava no meu limite.”
Com a medalha de prata em sua primeira competição paralímpica, o corredor completa um ano vitorioso. O maranhense de Caxias já foi ouro na mesma prova no Mundial de Kobe, no Japão. O brasileiro chegou a Paris como o melhor tempo da temporada até então, marcado justamente na competição do Japão, quando cravou 50s74.
Antes da prova, o brasileiro tinha dito que qualquer medalha o deixaria feliz, alegria confirmada após a conquista. “Tinha medo de a perna travar, mas deu tudo certo. “Bati palma para o russo, porque ele correu bastante. Mas fiz o impossível também. Agora posso falar que sou medalhista, é muito bom.”
As categorias T31 a T38 são destinadas aos atletas com paralisia cerebral. O “T” é de “track” (pista). Os números 31 a 34 são para cadeirantes; e 35 a 38 para andantes.
Bartolomeu teve deficiência intelectual diagnosticada no período escolar. Quando começou a correr, disputava na categoria T20 (deficiências intelectuais), mas foi reclassificado para T37 devido às dores que sentia nos treinos.
SANDRO MACEDO / Folhapress