BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atrelou o cumprimento das metas fiscais do governo federal à compensação das perdas tributárias com a desoneração da folha salarial.
“Se tivermos a compensação da desoneração, cuja reoneração será escalonada, não temos por que rever a trajetória traçada pelo Ministério da Fazenda quando estipulamos novo arcabouço fiscal”, disse em entrevista à Globo News na manhã desta quarta-feira (4).
Ele fez a afirmação após ser questionado sobre a possibilidade do governo alterar a meta fiscal de 2025, que é de déficit primário zero.
O governo já alterou essa meta antes. No início do governo, a meta era de um superávit de 0,5% do PIB.
Para Haddad, a transição de comando no BC está sendo “difícil”. “É a primeira vez que se faz [troca] dois anos depois do presidente eleito, primeira vez que temos de conviver com presidente nomeado pelo governo derrotado, e [transição] foi exemplar na minha opinião”, disse.
O ministro também elogiou a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do BC. “[Ele] está muito gabaritado para assumir a presidência do BC.
“[Ele] está muito gabaritado para assumir presidência. “Foi um acerto ter indicado o Galípolo para diretor do BC um ano atrás. Isso deu a ele condições de conhecer internamente o banco muito bem”, analisou.
Haddad também foi questionado sobre a possibilidade do BC subir juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária.
“Tenho evitado fazer esse tipo de comentário porque indicamos quatro diretores, indicamos novo presidente que será avaliado brevemente [pelo Senado] e temos outros três diretores para nomear. Confio muito na capacidade técnica de quem está lá, não acho elegante falar o que BC tem que fazer assim como eles respeitam autoridade fiscal da Fazenda”, respondeu.
Na visão de Haddad, entretanto, com o aumento do investimento, há uma redução da pressão inflacionária.
“Pouca gente dá atenção a reformas microeconômicas. O marco de garantias de crédito, por exemplo, aprovado ano passado está fazendo com que o crédito no Brasil cresça a dois dígitos. Se crescermos a oferta não vai ter pressão inflacionária no futuro próximo”, analisou.
LUCAS MARCHESINI / Folhapress