Dorival encara seleções com técnicos novos e perde argumento sobre tempo

RIO DE JANEIRO, RJ, E SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Quando enfrentou Colômbia, Uruguai e até outras seleções no caminho até a eliminação na Copa América, Dorival Júnior tinha a seu favor um argumento que não vai valer para os próximos dois jogos da seleção brasileira: a falta de tempo.

Antes de enfrentar o Uruguai de Bielsa, nas quartas de final do torneio continental, por exemplo, Dorival apontou que do outro lado estava “um trabalho um pouco mais longo”. Com isso, “naturalmente teve problemas iniciais corrigidos e agora encontram excelentes resultados”. O efeito do tempo na seleção da Colômbia também foi visto.

Só que o Brasil chega com responsabilidade maior agora. Não que seja possível considerar sólido e enraizado um trabalho que começou em março. Mas é que o paralelo com a realidade atual de Equador e Paraguai, próximos adversários da seleção, deixa o Brasil em um cenário bem mais avançado. No Equador, o comando agora é do argentino Sebastián Becaccece. E o Brasil será seu primeiro rival.

Assim como a seleção de Dorival, os equatorianos caíram nas quartas de final, nos pênaltis, diante da Argentina. O trabalho do espanhol Félix Sánchez já não vinha agradando tanto, apesar de o Equador estar à frente do Brasil nas Eliminatórias: é o quinto.

No Paraguai, é o começo da história sob o comando do também argentino Gustavo Alfaro. Antes de pegar o Brasil, tem o jogo contra o Uruguai.

Na Copa América, Alfaro estava à frente da Costa Rica, que conseguiu segurar o 0 a 0 diante da seleção brasileira na estreia, mas não se classificou. O Paraguai, por sua vez, foi saco de pancada no grupo — inclusive, levou 4 a 1 do Brasil —e demitiu Daniel Garnero.

A seleção brasileira agora já tem nas costas uma bagagem de basicamente um mês de treinos na Copa América, além dos amistosos de março —quando venceu a Inglaterra e empatou com a Espanha.

Diante da pressão de reagir nas Eliminatórias, Dorival sabe que é preciso dar passos mais consistentes. Sobretudo na construção ofensiva.

“Aconteceu um crescimento deste grupo. Um amadurecimento um pouco mais rápido, em razão do período que tivemos na Copa América. O que nós esperamos é uma resposta rápida”, disse ele, depois de anunciar a lista de convocados.

A TENTATIVA DE REFORMULAÇÃO

Reformulação é um termo comum quando há trocas de treinadores. Becacecce fez, por exemplo, um movimento de visita aos clubes locais, conversou com jogadores e convocou uma lista pensando em estabelecer um estilo de jogo.

Um filme parecido com o Brasil —que está escorado em jogadores melhores, claro, mas também com uma tentativa de mescla entre uma defesa mais experiente, um ataque jovem que atua junto (Vini, Rodrygo e Endrick) e os novatos.

“Para um processo de reformulação, precisa ter uma manutenção. A estrutura está mantida. Mas é natural que um ou outro elemento seja importante para complementar. É tudo que nós queremos”, comentou Dorival.

Isso tudo estará à prova a partir de sexta-feira, às 22h, no Couto Pereira, em Curitiba, onde o Brasil enfrenta o Equador.

IGOR SIQUEIRA E LUCAS MUSETTI PERAZOLLI / Folhapress

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