SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou 58 policiais por crimes como milícia armada, tráfico de drogas, organização criminosa, contravenção, lavagem de dinheiro e até por pirâmide financeira neste ano.
MP pediu o bloqueio de mais de R$ 300 milhões de contas de pessoas investigadas ou denunciadas. Em 44 ações penais oferecidas à Justiça, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou 325 pessoas, incluindo 92 servidores e ex-servidores públicos. Também foram denunciados três ex-prefeitos, cinco ex-secretários municipais e 26 prestadores de serviços públicos.
Entre os policiais investigados, três eram delegados da Polícia Civil. Ainda foram denunciados pela Promotoria 29 policiais militares da ativa, 12 policiais civis, um policial penal e outros 13 ex-policiais ou aposentados.
MP mirou o combate às organizações criminosas, investigações patrimoniais e o enfrentamento à corrupção praticada por agentes públicos. “O que vale para essas facções e milícias é o território e toda a forma de exploração que eles possam exercer sob domínio em relação às pessoas que orbitam aquelas localidades”, disse o promotor Fabio Corrêa, coordenador do Gaeco.
PRINCIPAIS AÇÕES DO MP
O MP desencadeou operação contra o grupo liderado pelo contraventor Rogério de Andrade. Na ação, em março deste ano, foram cumpridos mandados de prisão contra 18 policiais militares da ativa e um policial penal pelo crime de organização criminosa.
Gaeco denunciou esquema liderado por Ronnie Lessa. Também em março, o MP determinou o cumprimento de três mandados de prisão e sete de busca e apreensão em uma investigação para combater a exploração clandestina de atividades de telecomunicação, televisão e internet. Segundo a Promotoria, o esquema era chefiado pelo ex-PM, autor confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Integrantes do “Escritório do Crime” denunciados pelo MP foram condenados por homicídio qualificado. Em maio deste ano, os irmãos Leandro Gouvêa da Silva e Leonardo Gouvêa da Silva, conhecidos como Tonhão e Mad, foram condenados a 26 anos e oito meses de prisão pelo 4º Tribunal do Júri da Capital após serem denunciados pelo assassinato de Marcelo Diotti, em 2020.
HERCULANO BARRETO FILHO / Folhapress